quinta-feira, 31 de outubro de 2013

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL - JOSÉ L. DE PAIVA BELLO

Período do Regime Militar (1964 - 1985)

Em 1964, um golpe militar aborta todas as iniciativas de se revolucionar a educação brasileira, sob o pretexto de que as propostas eram "comunizantes e subversivas".
O Regime Militar espelhou na educação o caráter anti-democrático de sua proposta ideológica de governo: professores foram presos e demitidos; universidades foram invadidas; estudantes foram presos e feridos, nos confronto com a polícia, e alguns foram mortos; os estudantes foram calados e a União Nacional dos Estudantes proibida de funcionar; o Decreto-Lei 477 calou a boca de alunos e professores.
Neste período deu-se a grande expansão das universidades no Brasil. Para acabar com os "excedentes" (aqueles que tiravam notas suficientes para serem aprovados, mas não conseguiam vaga para estudar), foi criado o vestibular classificatório.
Para erradicar o analfabetismo foi criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização – MOBRAL, aproveitando-se, em sua didática, do expurgado Método Paulo Freire. O MOBRAL propunha erradicar o analfabetismo no Brasil... Não conseguiu. E, entre denúncias de corrupção, acabou por ser extinto e, no seu lugar criou-se a Fundação Educar.
É no período mais cruel da ditadura militar, onde qualquer expressão popular contrária aos interesses do governo era abafada, muitas vezes pela violência física, que é instituída a Lei 5.692, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1971. A característica mais marcante desta Lei era tentar dar a formação educacional um cunho profissionalizante.


Período da Abertura Política (1986 - 2003)

No fim do Regime Militar a discussão sobre as questões educacionais já haviam perdido o seu sentido pedagógico e assumido um caráter político. Para isso contribuiu a participação mais ativa de pensadores de outras áreas do conhecimento que passaram a falar de educação num sentido mais amplo do que as questões pertinentes à escola, à sala de aula, à didática, à relação direta entre professor e estudante e à dinâmica escolar em si mesma. Impedidos de atuarem em suas funções, por questões políticas durante o Regime Militar, profissionais de outras áreas, distantes do conhecimento pedagógico, passaram a assumir postos na área da educação e a concretizar discursos em nome do saber pedagógico.
No bojo da nova Constituição, um Projeto de Lei para uma nova LDB foi encaminhado à Câmara Federal, pelo Deputado Octávio Elísio, em 1988. No ano seguinte o Deputado Jorge Hage enviou à Câmara um substitutivo ao Projeto e, em 1992, o Senador Darcy Ribeiro apresenta um novo Projeto que acabou por ser aprovado em dezembro de 1996, oito anos após o encaminhamento do Deputado Octávio Elísio.
Neste período, do fim do Regime Militar aos dias de hoje, a fase politicamente marcante na educação, foi o trabalho do economista e Ministro da Educação Paulo Renato de Souza. Logo no início de sua gestão, através de uma Medida Provisória extinguiu o Conselho Federal de Educação e criou o Conselho Nacional de Educação, vinculado ao Ministério da Educação e Cultura. Esta mudança tornou o Conselho menos burocrático e mais político.
Mesmo que possamos não concordar com a forma como foram executados alguns programas, temos que reconhecer que, em toda a História da Educação no Brasil, contada a partir do descobrimento, jamais houve execução de tantos projetos na área da educação numa só administração.
O mais contestado deles foi o Exame Nacional de Cursos e o seu "Provão", onde os alunos das universidades têm que realizar uma prova ao fim do curso para receber seus diplomas. Esta prova, em que os alunos podem simplesmente assinar a ata de presença e se retirar sem responder nenhuma questão, é levada em consideração como avaliação das instituições. Além do mais, entre outras questões, o exame não diferencia as regiões do país.
Até os dias de hoje muito tem se mexido no planejamento educacional, mas a educação continua a ter as mesmas características impostas em todos os países do mundo, que é mais o de manter o "status quo", para aqueles que freqüentam os bancos escolares, e menos de oferecer conhecimentos básicos, para serem aproveitados pelos estudantes em suas vidas práticas.
Concluindo podemos dizer que a História da Educação Brasileira tem um princípio, meio e fim bem demarcado e facilmente observável. Ela é feita em rupturas marcantes, onde em cada período determinado teve características próprias.
A bem da verdade, apesar de toda essa evolução e rupturas inseridas no processo, a educação brasileira não evoluiu muito no que se refere à questão da qualidade. As avaliações, de todos os níveis, estão priorizadas na aprendizagem dos estudantes, embora existam outros critérios. O que podemos notar, por dados oferecidos pelo próprio Ministério da Educação, é que os estudantes não aprendem o que as escolas se propõem a ensinar. Somente uma avaliação realizada em 2002 mostrou que 59% dos estudantes que concluíam a 4ª série do Ensino Fundamental não sabiam ler e escrever.
Embora os Parâmetros Curriculares Nacionais estejam sendo usados como norma de ação, nossa educação só teve caráter nacional no período da Educação jesuítica. Após isso o que se presenciou foi o caos e muitas propostas desencontradas que pouco contribuíram para o desenvolvimento da qualidade da educação oferecida.
É provável que estejamos próximos de uma nova ruptura. E esperamos que ela venha com propostas desvinculadas do modelo europeu de educação, criando soluções novas em respeito às características brasileiras. Como fizeram os países do bloco conhecidos como Tigres Asiáticos, que buscaram soluções para seu desenvolvimento econômico investindo em educação. Ou como fez Cuba que, por decisão política de governo, erradicou o analfabetismo em apenas um ano e trouxe para a sala de aula todos os cidadãos cubanos.
Na evolução da História da Educação brasileira a próxima ruptura precisaria implantar um modelo que fosse único, que atenda às necessidades de nossa população e que seja eficaz.


OS TEXTOS SOBRE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL FORAM EXTRAÍDOS DE MATERIAL PUBLICADO POR José Luiz de Paiva Bello, 2001, EM http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb14.htm

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL: ESTADO NOVO E NOVA REPÚBLICA

Período do Estado Novo (1937 - 1945)

Refletindo tendências fascistas é outorgada uma nova Constituição em 1937. A orientação político-educacional para o mundo capitalista fica bem explícita em seu texto sugerindo a preparação de um maior contingente de mão-de-obra para as novas atividades abertas pelo mercado. Neste sentido a nova Constituição enfatiza o ensino pré-vocacional e profissional.
Por outro lado propõe que a arte, a ciência e o ensino sejam livres à iniciativa individual e à associação ou pessoas coletivas públicas e particulares, tirando do Estado o dever da educação. Mantém ainda a gratuidade e a obrigatoriedade do ensino primário Também dispõe como obrigatório o ensino de trabalhos manuais em todas as escolas normais, primárias e secundárias.
No contexto político o estabelecimento do Estado Novo, segundo a historiadora Otaíza Romanelli, faz com que as discussões sobre as questões da educação, profundamente ricas no período anterior, entrem "numa espécie de hibernação". As conquistas do movimento renovador, influenciando a Constituição de 1934, foram enfraquecidas nessa nova Constituição de 1937. Marca uma distinção entre o trabalho intelectual, para as classes mais favorecidas, e o trabalho manual, enfatizando o ensino profissional para as classes mais desfavorecidas.
Em 1942, por iniciativa do Ministro Gustavo Capanema, são reformados alguns ramos do ensino. Estas Reformas receberam o nome de Leis Orgânicas do Ensino, e são compostas por Decretos-lei que criam o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI e valoriza o ensino profissionalizante.
O ensino ficou composto, neste período, por cinco anos de curso primário, quatro de curso ginasial e três de colegial, podendo ser na modalidade clássico ou científico. O ensino colegial perdeu o seu caráter propedêutico, de preparatório para o ensino superior, e passou a se preocupar mais com a formação geral. Apesar dessa divisão do ensino secundário, entre clássico e científico, a predominância recaiu sobre o científico, reunindo cerca de 90% dos alunos do colegial.


Período da Nova República (1946 - 1963)

O fim do Estado Novo consubstanciou-se na adoção de uma nova Constituição de cunho liberal e democrático. Esta nova Constituição, na área da Educação, determina a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primário e dá competência à União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional. Além disso, a nova Constituição fez voltar o preceito de que a educação é direito de todos, inspirada nos princípios proclamados pelos Pioneiros, no Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, nos primeiros anos da década de 30.
Ainda em 1946 o então Ministro Raul Leitão da Cunha regulamenta o Ensino Primário e o Ensino Normal, além de criar o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC, atendendo as mudanças exigidas pela sociedade após a Revolução de 1930.
Baseado nas doutrinas emanadas pela Carta Magna de 1946, o Ministro Clemente Mariani, cria uma comissão com o objetivo de elaborar um anteprojeto de reforma geral da educação nacional. Esta comissão, presidida pelo educador Lourenço Filho, era organizada em três subcomissões: uma para o Ensino Primário, uma para o Ensino Médio e outra para o Ensino Superior. Em novembro de 1948 este anteprojeto foi encaminhado à Câmara Federal, dando início a uma luta ideológica em torno das propostas apresentadas. Num primeiro momento as discussões estavam voltadas às interpretações contraditórias das propostas constitucionais. Num momento posterior, após a apresentação de um substitutivo do Deputado Carlos Lacerda, as discussões mais marcantes relacionaram-se à questão da responsabilidade do Estado quanto à educação, inspirados nos educadores da velha geração de 1930, e a participação das instituições privadas de ensino.
Depois de 13 anos de acirradas discussões foi promulgada a Lei 4.024, em 20 de dezembro de 1961, sem a pujança do anteprojeto original, prevalecendo as reivindicações da Igreja Católica e dos donos de estabelecimentos particulares de ensino no confronto com os que defendiam o monopólio estatal para a oferta da educação aos brasileiros.
Se as discussões sobre a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional foi o fato marcante, por outro lado muitas iniciativas marcaram este período como, talvez, o mais fértil da História da Educação no Brasil: em 1950, em Salvador, no Estado da Bahia, Anísio Teixeira inaugura o Centro Popular de Educação (Centro Educacional Carneiro Ribeiro), dando início a sua idéia de escola-classe e escola-parque; em 1952, em Fortaleza, Estado do Ceará, o educador Lauro de Oliveira Lima inicia uma didática baseada nas teorias científicas de Jean Piaget: o Método Psicogenético; em 1953 a educação passa a ser administrada por um Ministério próprio: o Ministério da Educação e Cultura; em 1961 a tem inicio uma campanha de alfabetização, cuja didática, criada pelo pernambucano Paulo Freire, propunha alfabetizar em 40 horas adultos analfabetos; em 1962 é criado o Conselho Federal de Educação, que substitui o Conselho Nacional de Educação e os Conselhos Estaduais de Educação e, ainda em 1962 é criado o Plano Nacional de Educação e o Programa Nacional de Alfabetização, pelo Ministério da Educação e Cultura, inspirado no Método Paulo Freire.

OS TEXTOS SOBRE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL FORAM EXTRAÍDOS DE MATERIAL PUBLICADO POR José Luiz de Paiva Bello, 2001, EM http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb14.htm http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb14.htm

terça-feira, 29 de outubro de 2013

A saída dos militares do poder marcou uma importante fase da história política brasileira ao colocar a redemocratização como uma das principais medidas a serem alcançadas. Depois da morte de Tancredo Neves, o vice-presidente José Sarney assumiu o posto presidencial com o objetivo de varrer os resquícios que ainda nos lembravam do período ditatorial. Por isso, o novo governo civil tomou as devidas previdências para a formação de uma Assembléia Nacional Constituinte, eleita em 1986.

Entre fevereiro de 1987 e setembro de 1988, os parlamentares participaram de acaloradas discussões referentes à formulação da nova carta. No Congresso Nacional havia uma visível divisão política entre os partidários do Centro Democrático, popularmente conhecido como “Centrão”, de orientação mais conservadora, e os progressistas – formados por representantes de partidos como PDT, PC do B, PT, PCB e algumas alas do PMDB.

Finalmente, no dia 5 de outubro de 1988, o presidente da Câmara, Ulysses Guimarães, oficializou a promulgação da nova constituição brasileira. Segundo o próprio Ulysses, essa nova constituição ficou conhecida como “constituição cidadã”, em alusão às suas diversas conquistas no campo das liberdades individuais, os direitos de natureza social e política. Com isso, apesar do abrandamento causado pela anistia geral, o Estado dava fim às arbitrariedades legitimadas pelos militares.

Na questão eleitoral, as novas leis legitimavam o direito de todos os cidadãos votarem em seus representantes políticos nas esferas municipal, estadual e federal. Além disso, o novo código previa que os analfabetos e os adolescentes com idade entre 16 e 18 anos poderiam exercer o direito ao voto. Restabelecendo os direitos banidos pelo AI-5, a nova constituição trouxe de volta o habeas corpus e criou o habeas data, que dava acesso a informações registradas em qualquer órgão público. 

Revelando seu caráter humanitário, a Constituição de 1988 transformou a tortura e o racismo em crimes inafiançáveis. Com relação às leis trabalhistas, a nova lei incorporou diversos princípios da CLT assegurando uma jornada de trabalho de 44 horas semanais, férias remuneradas com um adicional de 1/3 sob o valor do salário, a licença maternidade de 120 dias, a criação da licença-paternidade e a livre organização dos movimentos grevistas e sindicais.

A relação do cidadão e as instituições do poder judiciário foram visivelmente estreitadas com a criação do mandado de injunção – dispositivo pelo qual o cidadão recorria às autoridades judiciárias quando a lei não regulamentava determinada questão – e a impetração de qualquer mandado de segurança que violasse algum direito constitucional ou sinalizasse abuso de poder. Além disso, visando dinamizar a aplicação das leis, a nova carta autorizava a criação dos juizados de pequenas causas. 

Sob outros aspectos, a Constituição de 1988 estendeu os benefícios previdenciários aos trabalhadores rurais e criou ações que garantiam a proteção do meio ambiente e das populações indígenas. Um outro ponto inovador estabeleceu o direito às comunidades descendentes de quilombolas a terem direito de propriedade sob as áreas ocupadas por seus antepassados.

Apesar de tantos benefícios, a medida que foi colocada em prática, a constituição criada durante o governo José Sarney, mostrou alguns pontos bastante problemáticos. O repasse direto de recursos para estados e municípios abriu grandes brechas para a ocorrência de fraudes envolvendo dinheiro público. A manutenção da aposentadoria por idade causou um enorme rombo que ainda pesa nos cofres da Previdência Social. Além disso, a criação das medidas provisórias mostra um traço autoritário das nossas leis.
Por Rainer Sousa 
Mestre em História


Constituição de 1988

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL

Período da Primeira República (1889 - 1929)

A República proclamada adotou o modelo político americano baseado no sistema presidencialista. Na organização escolar percebe-se influência da filosofia positivista. A Reforma de Benjamin Constant tinha como princípios orientadores a liberdade e laicidade do ensino, como também a gratuidade da escola primária. Estes princípios seguiam a orientação do que estava estipulado na Constituição brasileira.
Uma das intenções desta Reforma era transformar o ensino em formador de alunos para os cursos superiores e não apenas preparador. Outra intenção era substituir a predominância literária pela científica.
Esta Reforma foi bastante criticada: pelos positivistas, já que não respeitava os princípios pedagógicos de Comte; pelos que defendiam a predominância literária, já que o que ocorreu foi o acréscimo de matérias científicas às tradicionais, tornando o ensino enciclopédico.
O Código Epitácio Pessoa, de 1901, inclui a lógica entre as matérias e retira a biologia, a sociologia e a moral, acentuando, assim, a parte literária em detrimento da científica.
A Reforma Rivadávia Correa, de 1911, pretendeu que o curso secundário se tornasse formador do cidadão e não como simples promotor a um nível seguinte. Retomando a orientação positivista, prega a liberdade de ensino, entendendo-se como a possibilidade de oferta de ensino que não seja por escolas oficiais, e de freqüência. Além disso, prega ainda a abolição do diploma em troca de um certificado de assistência e aproveitamento e transfere os exames de admissão ao ensino superior para as faculdades. Os resultados desta Reforma foram desastrosos para a educação brasileira.
Num período complexo da História do Brasil surge a Reforma João Luiz Alves que introduz a cadeira de Moral e Cívica com a intenção de tentar combater os protestos estudantis contra o governo do presidente Arthur Bernardes.
A década de vinte foi marcada por diversos fatos relevantes no processo de mudança das características políticas brasileiras. Foi nesta década que ocorreu o Movimento dos 18 do Forte (1922), a Semana de Arte Moderna (1922), a fundação do Partido Comunista (1922), a Revolta Tenentista (1924) e a Coluna Prestes (1924 a 1927).
Além disso, no que se refere à educação, foram realizadas diversas reformas de abrangência estadual, como as de Lourenço Filho, no Ceará, em 1923, a de Anísio Teixeira, na Bahia, em 1925, a de Francisco Campos e Mario Casassanta, em Minas, em 1927, a de Fernando de Azevedo, no Distrito Federal (atual Rio de Janeiro), em 1928 e a de Carneiro Leão, em Pernambuco, em 1928.


Período da Segunda República (1930 - 1936)

A Revolução de 30 foi o marco referencial para a entrada do Brasil no mundo capitalista de produção. A acumulação de capital, do período anterior, permitiu com que o Brasil pudesse investir no mercado interno e na produção industrial. A nova realidade brasileira passou a exigir uma mão-de-obra especializada e para tal era preciso investir na educação. Sendo assim, em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública e, em 1931, o governo provisório sanciona decretos organizando o ensino secundário e as universidades brasileiras ainda inexistentes. Estes Decretos ficaram conhecidos como "Reforma Francisco Campos".
Em 1932 um grupo de educadores lança à nação o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, redigido por Fernando de Azevedo e assinado por outros conceituados educadores da época.
Em 1934 a nova Constituição (a segunda da República) dispõe, pela primeira vez, que a educação é direito de todos, devendo ser ministrada pela família e pelos Poderes Públicos.
Ainda em 1934, por iniciativa do governador Armando Salles Oliveira, foi criada a Universidade de São Paulo. A primeira a ser criada e organizada segundo as normas do Estatuto das Universidades Brasileiras de 1931.
Em 1935 o Secretário de Educação do Distrito Federal, Anísio Teixeira, cria a Universidade do Distrito Federal, no atual município do Rio de Janeiro, com uma Faculdade de Educação na qual se situava o Instituto de Educação.


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domingo, 27 de outubro de 2013

PERÍODO IMPERIAL

Período Imperial (1822 - 1888)

D. João VI volta a Portugal em 1821. Em 1822 seu filho D. Pedro I proclama a Independência do Brasil e, em 1824, outorga a primeira Constituição brasileira. O Art. 179 desta Lei Magna dizia que a "instrução primária é gratuita para todos os cidadãos".
Em 1823, na tentativa de se suprir a falta de professores institui-se o Método Lancaster, ou do "ensino mútuo", onde um aluno treinado (decurião) ensinava um grupo de dez alunos (decúria) sob a rígida vigilância de um inspetor.
Em 1826 um Decreto institui quatro graus de instrução: Pedagogias (escolas primárias), Liceus, Ginásios e Academias. Em 1827 um projeto de lei propõe a criação de pedagogias em todas as cidades e vilas, além de prever o exame na seleção de professores, para nomeação. Propunha ainda a abertura de escolas para meninas.
Em 1834 o Ato Adicional à Constituição dispõe que as províncias passariam a ser responsáveis pela administração do ensino primário e secundário. Graças a isso, em 1835, surge a primeira Escola Normal do país, em Niterói. Se houve intenção de bons resultados não foi o que aconteceu, já que, pelas dimensões do país, a educação brasileira perdeu-se mais uma vez, obtendo resultados pífios.
Em 1837, onde funcionava o Seminário de São Joaquim, na cidade do Rio de Janeiro, é criado o Colégio Pedro II, com o objetivo de se tornar um modelo pedagógico para o curso secundário. Efetivamente o Colégio Pedro II não conseguiu se organizar até o fim do Império para atingir tal objetivo.
Até a Proclamação da República, em 1889 praticamente nada se fez de concreto pela educação brasileira. O Imperador D. Pedro II, quando perguntado que profissão escolheria não fosse Imperador, afirmou que gostaria de ser "mestre-escola". Apesar de sua afeição pessoal pela tarefa educativa, pouco foi feito, em sua gestão, para que se criasse, no Brasil, um sistema educacional.



sábado, 26 de outubro de 2013

Período Joanino (1808 – 1821)



A vinda da Família Real, em 1808, permitiu uma nova ruptura com a situação anterior. Para atender as necessidades de sua estadia no Brasil, D. João VI abriu Academias Militares, Escolas de Direito e Medicina, a Biblioteca Real, o Jardim Botânico e, sua iniciativa mais marcante em termos de mudança, a Imprensa Régia. Segundo alguns autores, o Brasil foi finalmente "descoberto" e a nossa História passou a ter uma complexidade maior. O surgimento da imprensa permitiu que os fatos e as idéias fossem divulgados e discutidos no meio da população letrada, preparando terreno propício para as questões políticas que permearam o período seguinte da História do Brasil.
A educação, no entanto, continuou a ter uma importância secundária. Para o professor Lauro de Oliveira Lima (1921-    ) "a 'abertura dos portos', além do significado comercial da expressão, significou a permissão dada aos 'brasileiros' (madereiros de pau-brasil) de tomar conhecimento de que existia, no mundo, um fenômeno chamado civilização e cultura".

OS TEXTOS SOBRE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL FORAM EXTRAÍDOS DE MATERIAL PUBLICADO POR José Luiz de Paiva Bello, 2001, EM http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb14.htmhttp://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb14.htm

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

PERÍODO POMBALINO

Período Pombalino (1760 - 1808)

Com a expulsão saíram do Brasil 124 jesuítas da Bahia, 53 de Pernambuco, 199 do Rio de Janeiro e 133 do Pará. Com eles levaram também a organização monolítica baseada no Ratio Studiorum.
Desta ruptura, pouca coisa restou de prática educativa no Brasil. Continuaram a funcionar o Seminário Episcospal, no Pará, e os Seminários de São José e São Pedro, que não se encontravam sob a jurisdição jesuítica; a Escola de Artes e Edificações Militares, na Bahia, e a Escola de Artilharia, no Rio de Janeiro.
Os jesuítas foram expulsos das colônias em função de radicais diferenças de objetivos com os dos interesses da Corte. Enquanto os jesuítas preocupavam-se com o proselitismo e o noviciado, Pombal pensava em reerguer Portugal da decadência que se encontrava diante de outras potências européias da época. Além disso, Lisboa passou por um terremoto que destruiu parte significativa da cidade e precisava ser reerguida. A educação jesuítica não convinha aos interesses comerciais emanados por Pombal. Ou seja, se as escolas da Companhia de Jesus tinham por objetivo servir aos interesses da fé, Pombal pensou em organizar a escola para servir aos interesses do Estado.
Através do alvará de 28 de junho de 1759, ao mesmo tempo em que suprimia as escolas jesuíticas de Portugal e de todas as colônias, Pombal criava asaulas régias de Latim, Grego e Retórica. Criou também a Diretoria de Estudos que só passou a funcionar após o afastamento de Pombal. Cada aula régia era autônoma e isolada, com professor único e uma não se articulava com as outras.
Portugal logo percebeu que a educação no Brasil estava estagnada e era preciso oferecer uma solução. Para isso instituiu o "subsídio literário" para manutenção dos ensinos primário e médio. Criado em 1772 o “subsídio” era uma taxação, ou um imposto, que incidia sobre a carne verde, o vinho, o vinagre e a aguardente. Além de exíguo, nunca foi cobrado com regularidade e os professores ficavam longos períodos sem receber vencimentos a espera de uma solução vinda de Portugal.
Os professores geralmente não tinham preparação para a função, já que eram improvisados e mal pagos. Eram nomeados por indicação ou sob concordância de bispos e se tornavam "proprietários" vitalícios de suas aulas régias.
O resultado da decisão de Pombal foi que, no princípio do século XIX, a educação brasileira estava reduzida a praticamente nada. O sistema jesuítico foi desmantelado e nada que pudesse chegar próximo deles foi organizado para dar continuidade a um trabalho de educação.

OS TEXTOS SOBRE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL FORAM EXTRAÍDOS DE MATERIAL PUBLICADO POR José Luiz de Paiva Bello, 2001, EM http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb14.htmhttp://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb14.htm

terça-feira, 22 de outubro de 2013

FILMES QUE CONTAM A HISTÓRIA

 Por Guilherme Antunes, em Cinetoscópio

A Infância de Ivan (1962) – Direção: Andrei Tarkovsky
Durante a segunda Grade Guerra, os russos tentavam combater a investida nazista em seu território. Nas frentes soviéticas, Ivan, um garoto órfão de 12 anos, trabalha como um espião, podendo atravessar as fronteiras alemãs para coletar informação sem ser visto, e vive sob os cuidados de três oficiais russos. Mas, após inumeras missões, e com um desgaste físico cada vez maior, os oficiais resolvem poupar Ivan, mandando-o para a escola militar. Ganhador do Leão de Ouro em Veneza.
22
 – O Que é Isso, Companheiro? (1997) – Direção: Bruno Barreto
Em 1964, um golpe militar derruba o governo democrático brasileiro e, após alguns anos de manifestações políticas, é promulgado em dezembro de 1968 o Ato Constitucional nº 5, que nada mais era que o golpe dentro do golpe, pois acabava com a liberdade de imprensa e os direitos civis. Neste período vários estudantes abraçam a luta armada, entrando na clandestinidade, e em 1969 militantes do MR-8 elaboram um plano para sequestrar o embaixador dos Estados Unidos (Alan Arkin) para trocá-lo por prisioneiros políticos, que eram torturados nos porões da ditadura.
23
 – Narradores de Javé (2003) – Direção: Eliane Caffé
Somente uma ameaça à própria existência pode mudar a rotina dos habitantes do pequeno vilarejo de Javé. É aí que eles se deparam com o anúncio de que a cidade pode desaparecer sob as águas de uma enorme usina hidrelétrica. Em resposta à notícia devastadora, a comunidade adota uma ousada estratégia: decide preparar um documento contando todos os grandes acontecimentos heróicos de sua história, para que Javé possa escapar da destruição. Como a maioria dos moradores são analfabetos, a primeira tarefa é encontrar alguém que possa escrever as histórias.
24
 – A Guerra do Fogo (1981) – Direção: Jean-Jacques Annaud
A reconstituição da pré-história, tendo como eixo a descoberta do fogo. A saga de uma tribo e seu líder, Naoh, que tenta recuperar o precioso fogo recém-descoberto e já roubado. Através dos pântanos e da neve, Naoh, encontra três outras tribos, cada uma em um estágio diferente de evolução, caminhando para a atual civilização em que vivemos.
25
 - A Missão (1986) – Direção: Roland Joffé
No final do século XVIII Mendoza (Robert De Niro), um mercador de escravos, fica com crise de consciência por ter matado Felipe (Aidan Quinn), seu irmão, num duelo, pois Felipe se envolveu com Carlotta (Cherie Lunghi). Ela havia se apaixonado por Felipe e Mendoza não aceitou isto, pois ela tinha um relacionamento com ele. Para tentar se penitenciar Mendoza se torna um padre e se une a Gabriel (Jeremy Irons), um jesuíta bem intencionado que luta para defender os índios, mas se depara com interesses econômicos.
26
 - Danton – O Processo da Revolução (1983) – Direção: Andrzej Wajda
Na primavera de 1794, Danton (Gérard Depardieu) retorna a Paris e constata que o Comitê de Segurança, sob a incitação de Robespierre (Wojciech Pszoniak), inicia várias execuções em massa. O povo, que já passava fome, agora vive um medo constante, pois qualquer coisa que desagrade o poder é considerado um ato contra-revolucionário. Nem mesmo Danton, um dos líderes da Revolução Francesa, deixa de ser acusado.
27
 - A Rainha Margot (1994) – Direção: Patrice Chéreau
No século XVI um casamento de conveniência é celebrado com o intuito de manter a paz. A união entre a católica Marguerite de Valois, a rainha Margot (Isabelle Adjani), e o nobre protestante Henri de Navarre (Daniel Auteuil) tinha como meta unir duas tendências religiosas. O objetivo do casamento foi tão político que os noivos não são obrigados a dormirem juntos. As intrigas palacianas vão culminar com a Noite de São Bartolomeu, na qual milhares de protestantes foram mortos. Após isto Margot acaba se envolvendo com um protestante que está sendo perseguido.
28
– Tiros em Ruanda (2005) – Direção: Michael Caton-Jones
Ruanda. Durante 30 anos, o governo de maioria Hutu perseguiu a minoria Tutsi. Pressionado pelo ocidente, o governo aceitou dividir o poder com os Tutsis, mesmo contra a vontade. Porém em 6 de abril de 1994 tem início um genocídio, que mata quase um milhão de pessoas em apenas 100 dias. Neste contexto um padre inglês e seu ajudante tentam fazer o que podem para ajudar a minoria Tutsi, mesmo tendo a opção de partirem para a Europa.
29
 – Roma, Cidade Aberta (1945) – Direção: Roberto Rossellini
Roma, 1944. Um dos líderes da Resistência, Giorgio Manfredi (Marcello Pagliero), é procurado pelo nazistas. Giorgio planeja entregar um milhão de liras para seus compatriotas. Ele se esconde no apartamento de Francesco (Francesco Grandjacquet) e pede ajuda à noiva de Francesco, Pina (Anna Magnani), que está grávida. Giorgio planeja deixar um padre católico, Don Pietro (Aldo Fabrizi), fazer a entrega do dinheiro. Quando o prédio é cercado, Francesco é preso pelos alemães e levado para um caminhão.
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Julgamento em Nuremberg (1961) – Direção: Stanley Kramer
Após a 2ª Guerra Mundial um juiz americano é convocado para chefiar o julgamento de quatro juristas alemães responsáveis pela legalização dos crimes cometidos pelos nazistas durante a guerra. Dirigido por Stanley Kramer (Adivinhe Quem Vem Para Jantar) e com Spencer Tracy, Burt Lancaster, Marlene Dietrich, Maximilian Schell, Judy Garland, Montgomery Clift e William Shatner no elenco. Vencedor de 2 Oscars.
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I SEMINÁRIO INTER REDES PRIMEIRA INFÂNCIA CIDADÃ

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Indicações do exame Neuropsicológico


  1. Avaliação e acompanhamento de demências (Tipo Alzheimer, Vascular, SIDA, etc.);
  2. Avaliação e acompanhamento do Déficit Anêmico Associado à idade;
  3. Avaliação do déficit cognitivo pós AVC, TCE e anexai;
  4. Avaliação de déficit cognitivo pós meningo-encefalites;
  5. Avaliação de déficit cognitivo pós intoxicações (metais pesados, etc.);
  6. Avaliação de déficit cognitivo associado ao alcoolismo (demência Wernicke Korsakoff);
  7. Avaliação de déficit cognitivo associado a drogas (cocaína , cola, etc.);
  8. Avaliação do déficit cognitivo na epilepsia;
  9. Avaliação de déficit intelectual congênito (em especial retardo grau leve e inteligência limítrofe);
  10. O Avaliação do déficit atentivo no Transtorno do Déficit de Atenção forma persistente;
  11. Avaliação de formas residuais de Transtornos do Aprendizado;
  12. Avaliação dos déficits cognitivos na esquizofrenia;
  13. Outros: diagnóstico diferencial das dismnésias (depressão versus demência).
A avaliação neuropsicológica pode ser utilizada, para a realização de um diagnóstico ou então para documentação, acompanhamento ou fins legais, em casos de diagnósticos conhecidos. Muitos déficits não têm a magnitude suficiente para serem evidentes ao exame clínico, não obstante poderem comprometer o funcionamento diário do paciente. Alguns déficits exigem o emprego de materiais específicos de teste para sua demonstração. Déficits sutis de memória podem prenunciar quadros mórbidos bastante graves e exigem um exame extenso e aprofundado, que pode demorar várias horas ou mesmo dias. Cabe ressaltar ainda que indivíduos com nível alto de funcionamento pré-mórbido, podem sofrer declínio de funções e ainda assim, permanecer com desempenho dentro da faixa de normalidade, sem comprometimento significativo da vida diária. Suas queixas neste caso podem ser interpretadas erroneamente caso não seja realizada uma avaliação neuropsicológica detalhada.
Os escores de testes são abstrações realizadas a partir de observações do desempenho do paciente. Eles expressam um cálculo matemático que compara o desempenho com o de um grupo normativo pareado por sexo, idade e escolaridade. Muitos testes no Brasil não possuem grupo normativo adequado, o que indica cautela na interpretação do alguns resultados. Alguns testes revelam ter um mesmo perfil de grupo normativo em diferentes culturas, outros são altamente variáveis dependendo do grupo testado. Alguns testes se prestam a análise qualitativa, outros não. Vários testes possuem uma forte correlação entre si e discrepâncias eventuais indicam comprometimento cognitivo, mesmo na inexistência de grupo normativo. Alguns testes são altamente dependentes da idade (como os que exigem destreza visuomotora), outros da escolaridade (corno os que exigem vocabulário); alguns sofrem influência de ambos os fatores e outros pouco se modificam através de amplas faixas etárias e dos níveis sócio-econômicos. O laudo de uma avaliação deve ser idealmente realizado por profissional capacitado, que conheça princípios de neurofisiologia e neuroanatomia, clínica neurológica e psiquiátrica, estatística, metodologia científica e tenha íntima compreensão da estrutura, validade e confiabilidade de cada teste que utiliza.
A dominância hemisférica é determinada pela localização do centro de linguagem; ela pode ser determinada pelo Teste de Wada por ocasião de ato neurocirúrgico e, na prática clínica diária, estimada pelo inventário de lateralidade. Em 95% dos destros e 65% dos canhotos (a maioria, portanto) o hemisfério dominante é o esquerdo. Os canhotos tendem a ser menos "lateralizados", isto é, têm menor grau de especialização dos hemisférios.
O hemisfério esquerdo tende a ser mais volumoso, diferença esta por conta das áreas de linguagem (plano temporal). Há diferenças quanto à neurotransmissão e também quanto à organização: enquanto rio hemisfério esquerdo (HE) existe uma organização integrada, com áreas especializadas ("centros"), no hemisfério direito (HD) parecem existir "redes", mas não "centros". Isto justificaria o fato de lesões em diferentes áreas e, mesmo do diferentes proporções no HD, cursarem com déficits muito semelhantes.
O HE realiza um processamento linear, analíticocomo no caso das locuções verbais, proposições matemáticas e programação de seqüências motoras.
O HD realiza um processamento configuracional, sintético. O HE media funções verbais tais como leitura, escrita, fala, ideação verbal, memória verbal e sistema numérico. O HD media funções não verbalizáveis, tais como funções visuo-perceptivas (percepção de formas, perspectiva, duas e três dimensões, etc.). O HD também é denominado de cérebro emocional, pelo fato de processar e atribuir significado à prosódia do discurso, às expressões faciais, o reconhecimento de estados afetivos, dentre outros. A música é processada pelo HD em indivíduos não-músicos (que "sentem" o que ouve) e pelo HE em músicos (que "analisam" o que ouvem). Enquanto o julgamento métrico é uma função esquerda, discernir qual entre dois objetos está mais próximo é função direita. Cálculos que envolvem organização espacial (mentalmente ou no papel) exigem processamento direito, mesmo que o sistema numérico seja processado pelo esquerdo.
Atualmente muitos autores dedicam-se ao estudo das síndromes de desconexão e sua relação com estados dissociativos variados. Como os hemisférios dominante e não-dominante parecem processar de modo diferente os eventos, além da "dominância emocional" do hemisfério direito, deficiências na comunicação entre os hemisférios podem se associar a quadros dissociativos, em especial os que envolvem amnésia. A neuropsicologia das emoções é uma área de muito interesse atualmente e curiosamente, vem oferecer novos entendimentos para fenômenos bem conhecidos clinicamente e até então explicado apenas por teorias relacionadas à psicanálise.
Lesões à direita comprometem o tato bilateralmente, enquanto aquelas à esquerda o comprometem apenas de modo contra-lateral. O HE também é menos eficiente na percepção de formas, texturas e padrões, quer por tato ou visão.
Pacientes lesionados à direita podem ser fluentes e até verborrágicos, mas fazem em geral julgamentos pobres, ilógicos, com generalizações inadequadas. Eles podem ter dificuldade em ordenar, organizar e extrair sentido de situações ou estímulos complexos a que são apresentados.
Há importantes diferenças também entre homens e mulheres quanto ao desempenho em testes neuropsicológicos, à semelhança do que ocorre em várias outras tarefas, como a escuta dicóticaHomens são mais hábeis em testes com rotação espacial de objetos, em raciocínio matemático, em tarefas motoras dirigidas a um alvo e em encontrar rotas (direções) num caminho. Mulheres tendem a ser mais rápidas e precisas em parear estímulos semelhantes, em testes de fluência verbal, em cálculos simples e em memorizar pontos importantes num caminho. Há estudos sugerindo que homens homossexuais têm pior desempenho em tarefas visuo-espaciais e melhor desempenho em fluência verbal (em relação aos heterossexuais).

domingo, 20 de outubro de 2013

Desmedicalizando a vida: interface educação e saúde

DIA: 13 DE NOVEMBRO DE 2013 



Quarta-Feira
13/11/2013
Auditório FEUSP
19:00 | 22:00
Desmedicalizando a vida: interface educação e saúde
Mesa que discutirá o processo de medicalização da educação e da sociedade, com o objetivo de propor uma reflexão a respeito dos efeitos deste processo.

http://www3.fe.usp.br/secoes/inst/novo/eventos/detalhado.asp?num=1687

Em um Mundo Melhor | Crítica


Mal-estar de Susanne Bier com os dramas eurocêntricos entra em metástase

Marcelo Hessel
10 de Março de 201

em um mundo melhor
mostra 2010
susanne bier
"É assim que as guerras começam", diz o pai depois de buscar na escola o filho que caiu na provocação do bully. Isso que parece uma caricatura de sermão - as reações sempre exageradas dos adultos - no cinema da diretora dinamarquesa Susanne Bier é perfeitamente normal. Para ela, as guerras de fato começam assim.
Em um Mundo MelhorE a guerra virou uma obsessão. Recentemente, Bier tocou no assunto de forma mais direta em Brothers, e hoje, assaltada por uma grandiloquência (ou uma culpa burguesa), ela parece não conseguir mais fazer pequenos melodramas sem antes contextualizá-los geopoliticamente. Mais do que nunca, há algo de podre no reino da Dinamarca. A consciência tem pesado.
Em um Mundo Melhor parte, assim como Depois do Casamento, de uma cena terceiro-mundista para só depois ambientar a trama na Europa. Estamos em uma nação africana em guerra civil, onde o médico sem fronteiras sueco Anton (Mikael Persbrandt) tenta salvar meninas esfaqueadas e violentadas pela facção criminosa dominante. Anton, como bom médico, não julga as pessoas que atende - não lhe cabe fazer justiça.
Mas Anton se vê diante de uma situação delicada quando, de volta para a sua casa, na Dinamarca, descobre que o seu filho e o novo amigo dele se vingaram do bully do colégio de forma agressiva. Dizer que violência só gera violência não basta, e posar de bom moço que dá a outra face também não adianta. As crianças estão decididas a consumar, também em outros aspectos do seu dia a dia, essa descoberta satisfação de revidar.
Como Susanne Bier nunca foi uma diretora de meias palavras, perdoa-se o seu exagero quase irresponsável de comparar a realidade cruel de um fim de mundo africano com as questões rotineiras dos belos loiros suecos e dinamarqueses. O que torna Em um Mundo Melhorinsuportável não são as cenas na África, mas a tentativa constante de enxergar em tudo aquilo que se move na Europa sintomas das doenças gerais da humanidade.
Então, no filme, se a avó do garoto diz inocentemente que"já instalamos internet no seu quarto", ferrou. Internet é a porta do mal. Se o avô guardava fogos de artifício no galpão, boa coisa não há de vir. Se os pais se separam, é um futuro apocalíptico que espera qualquer criança. E se as crianças gostam de passar a tarde no terraço de um edifício precário, então daí já viu. Em um Mundo Melhor é o filme da vida de quem decide educar os filhos em casa e não na escola. Em casa tudo é fotografia saturada, espreguiçadeiras à beira do lago e muitos abraços paternais.
Se pretendia colocar os seus personagens em um contexto complexo, e dar conta dos dramas mais variados, como o luto ou a rixa entre nações, o filme só consegue isolar e esvaziar esses personagens e esses dramas. O medo venceu, enfim. O mal-estar de Susanne Bier com o mundo entra em metástase.                                                                                                                                                                                                                                                                                               Hævnen 
Dinamarca / Suécia , 2010 - 105 minutos
Drama
Direção:
Susanne Bier
Roteiro:
Susanne Bier, Anders Thomas Jensen
Elenco:
Ulrich Thomsen, Mikael Persbrandt, Trine Dyrholm, William Jøhnk Nielsen, Markus Rygaard                                                                                                                                                                                                                                                                                     
http://omelete.uol.com.br/cinema/critica-em-um-mundo-melhor/#.UmGdFtI_v4U

sábado, 19 de outubro de 2013

SONETO DA FIDELIDADE

Vinicius de Moraes

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.



Vinicius de Moraes, "Antologia Poética", Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.

Encontro - I Encontro de Pesquisa Michel Foucault entre pós-graduandos em Educação (USP) e Filosofia (PUC)

QUANDO: 12/11/2013 - 12/11/2013

ONDE: O Encontro ocorrerá nos dias 12 (na FEUSP) e 13 (na PUC-SP) de novembro de 2013 e contará com mesas compostas por pesquisadores de ambas as instituições envolvidas. A assistência será aberta ao público em geral. 

Com o intuito de estimular o intercâmbio acadêmico entre pesquisadores que estudam o pensamento de Michel Foucault, o "I Encontro de Pesquisa Michel Foucault entre pós-graduandos em Educação (USP) e Filosofia (PUC-SP)" pretende ser uma ocasião profícua de diálogo e debate entre alunos de pós-graduação vinculados à Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP) e ao Grupo de Pesquisa Michel Foucault do Departamento de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). O objetivo do evento consiste em aprofundar tanto a leitura de textos desse pensador, quanto pesquisas baseadas em seus procedimentos analíticos e empíricos. Nesse sentido, entende-se que há três formas principais de leitura e apropriação das obras de Foucault: a primeira se caracterizaria pelo comentário e pela interpretação de seus textos; a segunda teria por objetivo a continuidade de seus trabalhos de pesquisa e a aplicabilidade de seus conceitos em diferentes contextos; já a terceira se preocuparia em compreender seus procedimentos de pesquisa visando à problematização de outros objetos e realidades. A partir da premissa de que as três formas são legítimas e se implicam mutuamente, a intenção é partilhar e discutir estudos que vem sendo realizados a partir delas, dando evidência às dificuldades, às diferentes apropriações e aos saldos originários das leituras dos conceitos e procedimentos foucaultianos em dissertações e teses concluídas ou em andamento. 

mais informações: http://www3.fe.usp.br/secoes/inst/novo/eventos/detalhado.asp?num=1709

CENTENÁRIO DE VINÍCIUS DE MORAES


GAROTA DE IPANEMA

GAROTA DE IPANEMA


Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
É ela menina
Que vem e que passa
Num doce balanço
A caminho do mar

Moça do corpo dourado
Do sol de lpanema
O seu balançado é mais que um poema
É a coisa mais linda que eu já vi passar

Ah, por que estou tão sozinho?
Ah, por que tudo é tão triste?
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha
Que também passa sozinha

Ah, se ela soubesse
Que quando ela passa
O mundo inteirinho se enche de graça
E fica mais lindo
Por causa do amor

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

PERÍODO JESUITICO

Período Jesuítico (1549 - 1759)

A educação indígena foi interrompida com a chegada dos jesuítas. Os primeiros chegaram ao território brasileiro em março de 1549. Comandados peloPadre Manoel de Nóbrega, quinze dias após a chegada edificaram a primeira escola elementar brasileira, em Salvador, tendo como mestre o Irmão Vicente Rodrigues, contando apenas 21 anos. Irmão Vicente tornou-se o primeiro professor nos moldes europeus, em terras brasileiras, e durante mais de 50 anos dedicou-se ao ensino e a propagação da fé religiosa.
No Brasil os jesuítas se dedicaram à pregação da fé católica e ao trabalho educativo. Perceberam que não seria possível converter os índios à fé católica sem que soubessem ler e escrever. De Salvador a obra jesuítica estendeu-se para o sul e, em 1570, vinte e um anos após a chegada, já era composta por cinco escolas de instrução elementar (Porto Seguro, Ilhéus, São Vicente, Espírito Santo e São Paulo de Piratininga) e três colégios (Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia).
Quando os jesuítas chegaram por aqui eles não trouxeram somente a moral, os costumes e a religiosidade européia; trouxeram também os métodos pedagógicos. Todas as escolas jesuítas eram regulamentadas por um documento, escrito por Inácio de Loiola, o Ratio Studiorum. Eles não se limitaram ao ensino das primeiras letras; além do curso elementar mantinham cursos de Letras e Filosofia, considerados secundários, e o curso de Teologia e Ciências Sagradas, de nível superior, para formação de sacerdotes. No curso de Letras estudava-se Gramática Latina, Humanidades e Retórica; e no curso de Filosofia estudava-se Lógica, Metafísica, Moral, Matemática e Ciências Físicas e Naturais.
Este modelo funcionou absoluto durante 210 anos, de 1549 a 1759, quando uma nova ruptura marca a História da Educação no Brasil: a expulsão dos jesuítas por Marquês de Pombal. Se existia algo muito bem estruturado, em termos de educação, o que se viu a seguir foi o mais absoluto caos.
No momento da expulsão os jesuítas tinham 25 residências, 36 missões e 17 colégios e seminários, além de seminários menores e escolas de primeiras letras instaladas em todas as cidades onde havia casas da Companhia de Jesus. A educação brasileira, com isso, vivenciou uma grande ruptura histórica num processo já implantado e consolidado como modelo educacional.

FÓRUM DE PSICANÁLISE E CINEMA: EM UM MUNDO MELHOR

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

NEUROPSICOLOGIA: Distúrbios das Praxias

                                                                      Apraxias

Consistem na incapacidade de realização de atos motores sob comando ou imitação, na ausência de déficit de compreensão, de sensibilidade ou da força muscular. São caracteristicamente determinadas por lesões parietais. Alguns tipos particulares de apraxia incluem:
  • Apraxia ideomotora
É a inabilidade de realizar atos motores sob comando verbal, embora esses atos sejam facilmente realizados de modo espontâneo. Lesões do fascículo arqueado e da porção anterior do corpo caloso podem ser responsáveis por esse tipo de distúrbio.
  • Apraxia ideatória
É a incapacidade de realizar certos movimentos seqüênciais na realização de um ato (como o exemplo clássico de tirar um cigarro do maço e acendê-lo). embora cada movimento separado seja executado facilmente. A localização precisa das estruturas afetadas nessa disfunção neuropsicológica ainda é incerta.
  • Apraxia construtiva
É a incapacidade de reproduzir ou copiar um modelo visual apresentado, na ausência de distúrbios visuais, perceptivos ou motores. Lesões parietais localizadas à direita, costumam determinar quadros mais intensos, geralmente associados a negligência dos elementos contralaterais. Quando à esquerda, cursam com afasia do tipo fluente.


terça-feira, 15 de outubro de 2013

DIA DO PROFESSOR

MUNDO ENCANTADO

DIA DO PROFESSOR


O Dia do Professor foi oficializado nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal 52.682, de 14 de outubro de 1963. O Decreto define a razão do feriado: "Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias".
 PROFESSORA REGIANE
 PROFESSORA RAULINDA
 EQUIPE AFONSO TEMPORAL: PROF. JAQUELINE, REGIANE, MARIA SILVA, ANA CECILIA, RAULINDA, SOLANGE
PROFESSORA VIRGÍNIA,
EDILIEDE, ANA LUCIA CARIBÉ