terça-feira, 30 de outubro de 2012


Universidade do Estado da Bahia – UNEB                    
Departamento de Educação – DEDC  I                               
Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade
  IV MOSTRA DE FILMES DO GEPE (rs)
Cinema é como um sonho, como uma música. Nenhuma arte perpassa a nossa consciência como um filme faz; vai diretamente até nossos sentimentos atingindo a profundidade dos quartos escuros de nossa alma. (Ingmar Bergman)

FILME: SONATA DE OUTONO
                                                                                                      


 Inscrições no local ou pelo email:                                                                                             mostradefilmes@hotmail.com



 

 Pablo Picasso
18 DE OUTUBRO DE 2012, das 14:00 as 17:30h no Auditório Jurandir Oliveira / UNEB/Campus I

DEBATE COM:
PROF. DR. LUCIANO SANTOS (UNEB)
PROFª DRª LARISSA ORNELLAS (UNEB)

Coordenação
Profª Drª Maria de Lourdes Ornellas

Organização
Graciela Pellegrino
Edileide Antonino

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade em Crianças



Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) em Crianças

Público Alvo
Estudantes e Profissionais de Psicologia e Pedagogia

Objetivo Geral
Analisar a complexidade do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) na criança e possíveis contribuições da Análise do Comportamento nessa área.

Objetivos específicos
1) Identificar os principais sintomas do TDAH.
2) Identificar os principais critérios para o diagnóstico do TDAH. 
3) Identificar estratégias de atuação do analista do comportamento com a criança, com os pais e com a escola .

Programação
TDAH: o transtorno, sintomatologia, diagnóstico, prevalência, etiologia, tratamento.
Contribuições da Análise do Comportamento na avaliação, diagnóstico e no tratamento do TDAH.
Discussão de casos clínicos.

Psicóloga Responsável
Profª Luciana Maria Assis Silva
Mestre em Psicologia do Desenvolvimento (UFBA)
Especialista em Terapia Comportamental (ITCR-Campinas)
Experiência na área de Educação e Psicologia Clínica
Psicóloga do Instituto Transformação
CRP - 03/05065 

Local
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública – Unidade Acadêmica de Brotas

Datas e horários
09 de Novembro – das 14h às 22h
10 de Novembro – das 8h às 12h e das 14h às 18h

Carga horária
16horas.
Investimento
Estudante - R$160,00
Profissional - R$210,00

Inscrição
Secretaria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Bahiana
Telefone (71) 32768265
E-mail: posgrad2@bahiana.edu.br
VAGAS LIMITADAS

sábado, 27 de outubro de 2012

LEPSI 2012

Em 2012 o GEPE-rs esteve mais uma vez no LEPSI, levando uma comissão de 5 pessoas:
Lourdes Ornellas (coordenadora do Gepe-rs)
Daniela Radel
Telma Cortizo
Leide Antonino
Ludmilla Fonseca
Abaixo, de forma resumida, estão as impressões de Ludmilla Fonseca sobre o evento.
1- Organização simples mas, eficaz / preocupação com a sustentabilidade; o material distribuido no evento teve essa característica, foram usadas sacolas de papel e hou o mínimo de desperdício.

2- Quantidade de mesas adequada para proporcionar discussão das exposições das falas de 20 minutos dos palestrantes; muito importante o tempo permitido para os debates, afinal é a partir dessa interação com a platéia que surgem novas propostas de discussões e isso enriquece muito.

3- As falas dos palestrantes contemplaram autores contemporâneos problematizando e fazendo a platéia pensar sobre alguns destes construtos na interface psicanálise e educação; a letra de Feeud e Lacan foi base para as discussões, mas isso nao ausentou os escritos por Bauman, Tardif e outros, para além da escritura do próprio Lepsi e da USP.

4- Na fala de Robert Levy (Sábado 14h - 16h) achei interessante pensar sobre a "educação líquida", a retomada que ele fez de Marx e as colocações sobre Berman ... Na fala do francês Dunker achei interessante ele ter questionado sobre o IRDI e a oportunidade de ver Kupfer no debate defender seu viés epistemológico desta pesquisa ....

5- As apresentações no sábado pela manhã foram interessantes. O formato de duas horas para apresentação de tres pesquisas, sendo 20 minutos para cada, tornou possivel uma hora de debates sobre as temáticas. Cada sala contemplou um tema, muto bem organizado.
6- Parece que ano que vem teremos novamente Lepsi: se realmente houver, estaremos lá!


O evento mais uma vez mostrou a consistência teórica da articulação psicanálise e educação que penso a cada dia adentrar os muros da academia consolidado-se como uma possibilidade outra de pensar e fazer.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

USP - A educação pública e a sociedade de consumidores

colóquio - A educação pública e a sociedade de consumidores(09/11/2012 - 09/11/2012)

local do evento: Auditório da FEUSP - 19h30

O colóquio visa refletir sobre os impactos, no âmbito da educação, da progressiva diluição das fronteiras entre os domínios público e privado no mundo contemporâneo.



mais informações: http://www3.fe.usp.br/secoes/inst/novo/eventos/detalhado.asp?num=1152

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Ao mestre, com carinho...

Saindo do discurso social que faz um do professor um coitado, passo aqui para dizer que me realizo em minha profissão dando aulas a crianças durante a semana, e a professores em eventuais fins de semana.
Não me chamam de doutora, mas estou bem assim.
Não tenho o carro mais caro da praça, mas estou bem assim.
Afinal, tenho pessoas com as quais posso, no dia a dia, partilhar meu saber, minhas dúvidas e até o meu não-saber.

A todos os professores desejo momentos felizes de claro bem-estar, afinal é isso que buscamos na vida.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A IMPOSTURA DO MESTRE - MARCELO RICARDO PEREIRA

A quem interessa um mestre? Assim mesmo, com M maiúsculo, lembra-nos de um que saiu de um mestrado? Lembra-nos daquele de quando a 'escola' e 'franca'? Lembra-nos de Mestre dos quatro discursos de Jacques Lacan? Mas, se adicionarmos a tanta nobreza a palavra impostura, com as explicações que nos dá o dicionário - artifício para iludir; embuste, intrujice; hipocrisia, fingimento; vaidade ou presunção extrema; falsa superioridade -, isso causa estranheza. Será o Mestre um hipócrita, um vaidoso? Este livro parte das queixas ouvidas nos corredores das escolas, nos consultórios médicos e psicanalíticos, na mídia, nos confessionários - os professores estão desrespeitados, desvalorizados. Atravessa campos disciplinares da educação, da filosofia. Surge com uma pedagógica - situar-se em um lugar de nem tudo saber, nem tudo não saber.

RESULTADO SELEÇÃO DE BOLSA CAPES

Bolsa CAPES – Demanda Social 2012
Seleção 03/10/2012


APROVADOS BOLSA CAPES – MESTRADO

Rosângela Accioly Lins Correia
Tatiana Santos da Paz

AÇÃO PSICOPEDAGÓGICA: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

Mais um livro no mercado e eu aí, toda boba, dando autógrafo!!

A coletânea foi organizada por EDILEIDE ANTONINO, CÉLIA VIGAS E FÁTIMA PEIXOTO,  e conta com textos das psicopedagogas da Fundação Cidade Mãe.

Na obra há um texto meu sobre a escuta psicopedagógia ao jovem em cumprimento de medida socioeducativa e outro, em parceria com Célia Vigas, sobre Terapia Comunitária Sistêmica Integrativa como um instrumento de escuta psicopedagógica.

A obra foi lançada pela editora da Assembléia Legislativa da Bahia e teve o texto da capa escrito por Débora de Castro Silva, da ABPp.

Flaviane Sudário é uma das autoras da obra.


Vale a pena conferir!

sábado, 6 de outubro de 2012

RODIN E CAMILLE CLAUDEL – por flávio calazans


“Se a religiosidade não existisse, eu teria a necessidade de inventá-la. Os artistas verdadeiros são, em suma, os mais religiosos dos mortais”                       
Rodin, em O misticismo na Arte, capítulo de A Arte.
 
Dia 11 de julho de 1995, terça-feira, Paris amanheceu ensolarada e feliz.
Em uma caminhada sem destino pelas ruas da Cidade-Luz, bebericando nos cafés, visitando as livrarias, cheguei até o Centro Georges Pompidou com sua armação de canos de metal e ao “Quartier de l’Horloge” com a livraria mais “Cult”, a “Fantasmagories”(13, rue Brantome) com vasto acervo sobre artes visuais, Cinema de Autor, TV e Histórias em Quadrinhos de Arte, além de fanzines de vanguarda bem experimentais.
Depois, passeio pelo Metrô, visito a estação Saint Michel, toda verde em estilo Art Noveau, e depois chego a uma enorme mansão com jardins atráz, quase um pequeno bosque, o Museu Rodin (77 Rue de Varenne, Metrô estação Varenne) no Hôtel Biron.
            O movimento e as expressões, toda a emotividade registrada nas estátuas é profundamente comovente, é impossível não repetir o universal clichê “Parecem estar vivas”, pois Rodin congela em um instantâneo tridimensional toda a energia de uma vida e suas contradições.
           
Rodin vivia no meio de uma explosão cultural, frequentava seu atelier gente do porte de Alberto Santos Dummont, o brasileiro que voôu em Paris no primeiro avião, o 14-Bis, que Rodin imortaliza em um busto; o mago inglês Aleister Crowley, e todos os literatos, políticos, artistas de um momento de explosão cultural na europa centralizado em Paris; é a época do pintor Cézanne (cujas banhistas e mesas com várias perspectivas inspiram Picasso ao Cubismo), do filósofo alemão Nietzsche e seus aforismos, da música de Debussy (que depois seria namorado de Camille).
            Entre 1887 a 1890 a fama de Rodin explode, junto à aluna-modelo-escultora-amante Camille Claudel, cuja história de amor é inesquecível, do namoro à loucura da mulher abandonada, destruindo as próprias obras como um aborto cósmico, e internada em manicômio até o falecimento.
            O secretário de Rodin, Rainer Maria Rilke, envolvido neste turbilhão cultural anos depois fica nos anais da História da Arte, não só como poeta e crítico literário, como pelo livro clássico, uma leitura obrigatória de todos que amam a arte, o livro “Cartas a um jovem poeta” onde dá lições de vida e de arte a seu correspondende Franz Xaver Kappus, em um processo de anos de missivas, o longo e paciente processo de desenvolvimento da sensiblilidade.
           
 Para Rilke, de seu longo convívio com Rodin, desnuda-se um artista que ele descreve com carinho, um artista plástico sempre lendo, invariavelmente com um livro nas mãos,  Rodin exercitava uma transformação de sí próprio na escultura, modelando a sí mesmo, corpo e espírito, nas obras; uma arte cujo conjunto é um testemunho-grimório em pedra e metal, um registro das etapas deste processo alquímico, onde a beleza está nas entrelinhas de toda a realidade, e se não a percermos, é por não ter os olhos capazes de maravilhar-se com o encanto do mundo.
             Rodin fala com a linguagem do corpo, sua poesia está no espaçial, não no verbal, uma arte sensual, visceral, fruto das emoções aceitas e assumidas, refinadas, desenvolvidas, sutilmente sofisticadas.
            É o que fala o gravurista-poeta inglês Willian Blake: “Arte é a árvore da vida” referindo-se à cabala, e “Os caminhos dos excessos levam à sabedoria”.
            Também o diz o poeta francês Arthur Rimbaud, na Alquimia do Verbo: “O Poeta se faz vidente por meio de um longo, intenso e racional desregramento de todos os sentidos”.
            Estes excessos, este desregramento dos sentidos é o êxtase místico presente na obra de Rodin e Camille Claudel.
           
 É preciso estar frente a estas esculturas, andar em torno delas e, em O Beijo, perceber o instante congelado no tempo que antecede em um microssegundo o toque dos lábios dos amantes…sutil e sensível registro de todo o vórtice de sentimentos do primeiro beijo paradoxalmente entre tímido e apaixonado do casal.
            O garbo de Balzac envolto na capa, tão polêmico-como toda obra genial o é-a frorça de Vitor Hugo, as redes de emoções sobrepostas dos Burgueses de Calais, e a beleza das velhas anciãs, enrrugadas em sua dignidade e miséria…mas, acima de tudo..
 
            A Porta do Inferno de Rodin !

            Passeando nos jardins do Museu Rodin e saboreando, usufruindo tanta beleza, deparei-me repentinamente com sua gigantesca ”Porta do Inferno”. A emoção estética comove-me até as lágrimas, choro soluçando , profundamente tocado , lamentando por Rodin e por mim mesmo.. .até hoje ainda sinto um nó na garganta ao ver esta porta! Sinto todo o sofrimento das estátuas coladas naquele portal soldado, enormidade fundida em um bloco único; a poesia tenebrosa do monstruoso portal que nunca , jamais poderá ser aberto..eternamente selado..todas as obras inacabadas ou nunca realizadas, todos esboços esquecidos e trancados no inferno criativo de cada artista…o ”salão dos recusados” das idéias rejeitadas no meu inconsciente, retorcidas e injustiçadas, que nunca ninguém vai ver.
           
 A Porta do Inferno é o Nigredo, a Obra em Negro dos Alquimistas, a noite escura  da alma descrita pelos místicos europeus, a descida ao inferno do herói mítico, Orfeu, Hercules, etc…talvez tudo fosse mera projeção do meu inconsciente..mas, então, o que não seria projeção na vida? Vale a autêntica emoção que tomou todo meu ser, e minha sinceridade em deixar que crescesse até o meu pranto soluçante e convulsivo.
            Acima de tudo, o ”Pensador” observa sem nada poder fazer…a fatalidade cruel de nosso inferno pessoal criativo..quantas obras ainda vou condenar a minha própria porta do inferno? Indubitavelmente, tenho muito mais obras no meu inferno das não-nascidas que as realizadas…quanta dor, agonia eterna das formas mentais que vizualizei e não permití existirem.
            Após visitar por horas o jardim florido e a comovente sala ”Camille Claudel” e deliciar-me com Psiquê estendendo as mãos para um cupido que escapa, com aquelas Fofoqueiras e a magnífica Onda verde com as três meninas encarando a iminente e inevitável tragédia do vagalhão avassalador; tantas lindas miniaturas introvertidas e delicadas em seus tocantes detalhes femininos, intimidade e interiorização, obras que comovem por serem tão pessoais, tão biográficas…é Camille dentro de cada uma, ela retrata sua alma, seus sentimentos, e os expõe a nú como somente um verdadeiro Artista tem a coragem de se expor, um mundo de sensibilidade extrema, um retrato comovente da alma feminina; …só então, depois de uma longa tarde, é que conseguí então controle para voltar à Porta do Inferno e tirar uma coleção de fotos-cicatrizes.

 As enormes esculturas de Rodin poderiam indicar um  caráter extrovertido, social, público-político, com ligações com os poderosos, status, aparências;  mármores pesados, duros, sólidos, gigantescos (segundidade) e seu enquadramento nos cânones das obras públicas agradando as maiorias (nem sempre…) em uma terceiridade, sua amargura e fracasos poderiam estar na “Porta do Inferno” das obras condenadas que todo artista tem nos porões do inconsciente ou do atelier, tudo encabeçado pelo próprio auto-retrato retorcido como o Pensador no umbral.
Ao contrário, as delicadas miniaturas de Camile Claudel mostram sua personalidade introvertida, detalhista, materiais transparentes, fragilidade oculta sob as máscaras sociais de mulher independente; do conjuno das esculturas  e sua cronologia pode-se reconstruir um sintagma de provável culpa e aborto nas faces infantis, de perda do amado nas “psiquês sem cupido” e da perda de auto-estima em medusas , antevendo a catástrofe com as três deusas (moiras-parcas) sob a enorme e inevitável onda prestes a rebentar sobre elas,chegando à internação no sanatório onde falece.

Bibliografia:
 FABRE-PELLERIN, Brigitte. Le jour e la nuit de Camille Claudel. France: Lachenal e Ritter, 1998.
 RILKE, Rainer Maria. Rodin. Rio de Janeiro:Relume Dumará, 1995.
 RILKE, Rainer Maria. Poemas e Cartas a um jovem poeta. Rio de Janeiro: Tecnoprint, S.D.
 RODIN, Auguste. A arte: conversas com Paul Gsell. Rio de Janeiro:Nova Fronteira,1990.
 RODIN, Auguste. Aquarelas e desenhos eróticos.  Bibliothèque de l’image, 1996.
 THE RODIN MUSEUM GUIDE. Laurent, Monique, Paris:Éditions Hazan- Les Guides Visuels, 1994 .
 WAHBA, Liliana Liviano.Camille Claudel: Criação e loucura.  Rio de Janeiro: Record-Rosa dos ventos, 1996.
 WITTKOWER, Rudolf. Escultura. São Paulo: Martins Fontes, 1989.