sábado, 25 de junho de 2011
VIOLÊNCIA NA ESCOLA: GRITO E SILÊNCIO - AUTORAS: MARIA DE LOURDES ORNELLAS E DANIELA CHAVES RADEL
sábado, 18 de junho de 2011
ESCUTA CLIVADA ANCORA SABER NO ENTRE-LUGARES: DOIS ARTIGOS - TELMA CORTIZO E ZORAYA MARQUES
AUTOR: TELMA LIMA CORTIZO
O artigo aborda as relações tecidas pelo professor em seu espaço de labor, discutindo a libido, ou sua ausência, na práxis docente. A autora nos apresenta um trecho de sua vivência do lugar de coordenadora pedagógica de uma instituição pública de Salvador, palco cujos atores estão a cada dia menos investidos de desejo, seja o professor ou o aluno. Num cenário social onde o trabalho é desvalorizado, a violência é grande, a família é ausente e o diálogo inexiste, a autora analisa o papel do professor, sujeito de desejo, e como este se coloca no lugar de objeto, tratando seu aluno também como tal. A grande questão do texto é: por que alguns professores permanecem investidos de libido, com uma prática diferenciada na qual a transferência positiva predomina nas relações, enquanto outros se colocam como cansados e fatigados pelo seu fazer, estimulados a desistir? A proposta é a escuta ao professor, às suas falas e aos seus silêncios, à sua subjetividade, lugar que dispare uma nova energia libidinal que o leve à percepção do prazer e encanto pela sua condição de ser Professor.
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ARTIGO: A EXISTÊNCIA DO ENSINO VIVENCIAL NO ÂMBITO DO ENSINO SUPERIOR.
AUTOR: ZORAYA MARIA DE OLIVEIRA MARQUES
A autora inicia seu escrito depondo sobre os percalços vividos no ensino superior, onde exerce sua prática docente, cujas teorias e propostas são fragmentadas e individualizadas, com práticas avaliativas insatisfatórias e relativa aridez nas relações desenvolvidas no ambiente acadêmico, fatos que a instigaram a investigar a possível existência de um tipo de ensino que ela classifica como Vivencial e que pode, dentro de uma série de alternativas viáveis, se contrapor a tais problemas. Nesta coletânea foram apresentados diversos recortes de pesquisas, porém o de Profª Draª Zoraya Marques trouxe um novo instrumental no seu itinerário metodológico, que é a abordagem (auto) biográfica, investigando a existência do Ensino Vivencial, no âmbito do Ensino Superior, pautado na vivência e no campo (auto)formativo como suporte teÓrico-metodológico, sendo uma das suas questões de suma importância a tal entendimento: o que os professores colaboradores desta pesquisa entendem por Ensino Vivencial segundo suas narrativas?
Boa Leitura a todos e nos veremos no próximo livro a ser aqui apresentado!!
(Tête de face - Picasso)
domingo, 12 de junho de 2011
ESCUTA CLIVADA ANCORA SABER NO ENTRE-LUGARES: LARISSA ORNELLAS, NEILTON SENA, POLIANA SANTANA E ROBERTO CARLOS SANTOS - QUATRO ARTIGOS.
AUTOR: LARISSA ORNELLAS
O texto de Larissa Ornellas traz referencias de autores clássicos da Teoria Psicanalítica que trabalham mais particularmente com a melancolia. A autora mostra a evolução da problemática da perda do objeto na melancolia e suas impossibilidades de fazer luto frente às perdas, especialmente nas mulheres melancólicas. Ao analisar o sadismo e o masoquismo sob o olhar de Freud, vê-se que o sadismo é o masoquismo transformado no seu inverso, numa troca de objeto; assim é a melancolia, onde o melancólico satisfaz suas tendências sádicas e odiosas visando um objeto e, depois, retornando sobre a própria pessoa, o melancólico. Nesta fala, o texto conceitua a melancolia e discorre sobre o suicídio tendo sempre como base de pesquisa autores clássicos e renomados. No curso da escrita a autor partilha um caso clínico. Vale à pena ler.
ARTIGO:"FALE-ME, DEIXE-ME LHE ESCUTAR": AS MANIFESTAÇÕES DA FALA DO PROFESSOR NA SALA DE AULA.
AUTOR: NEILTON BATISTA SENA
Numa abordagem psicanalítica, Neilton Sena analisa as manifestações da fala do professor no ato de aprender do aluno no lócus da sala de aula e como esta fala pode estar representada nos elos do Real, do Simbólico e do Imaginário na perspectiva lacaniana, resvalando na prática educativa do professor. O artigo é produto de uma pesquisa deste autor, na qual ele busca compreender a fala e a escuta do professor e como este valoriza cada um destes constructos. Como o autor diz, o “fale-me, deixe-me lhe escutar, é um convite que a Psicanálise faz à Educação, pedindo licença para se aproximar da sala de aula e, assim, dialogar com o professor [...]”.
(Obra de Leonid Afremov)
ARTIGO: O REAL, O SIMBÓLICO E O IMAGINÁRIO: UM NÓ NO FAZER DO COORDENADOR PEDAGÓGICO.
AUTOR: POLIANA MARINA MASCARENHAS DE SANTANA.
Diante das demandas que fazem parte do fazer do coordenador pedagógico, é pertinente refletir sobre de que maneira este profissional pensa este fazer, como se estrutura perante ele e quais as subjetividades estão envolvidas nos avanços e nas limitações do mesmo. A autora desenvolve sua pesquisa analisando a percepção deste profissional e traçando uma analogia com os constructos do inconsciente apresentados por Lacan. O marco teórico da pesquisa é a teoria das Representações Sociais. Qual seria, então, a representação social que o coordenador tem de sua própria função?
(Obra M. C. Escher)
ARTIGO: "EU SOU NEGUINH@?" A FORMAÇÃO DO/A PROFESSOR/A PARA AS RELAÇÕES ETNICORRACIAIS NO CONTEXTO EDUCATIVO.
AUTOR: ROBERTO CARLOS OLIVEIRA DOS SANTOS
O texto de Roberto Carlos traz um questionamento quanto ao fazer do professor na contemporaneidade: qual o seu papel na tarefa de desconstrução das representações identitárias essencialistas de matriz eurocêntrica presentes no contexto educativo e que depreciam, obstacularizam e inferiorizam, particularmente, a cultura de matriz africana? E a escola, será que esta tem sido um ambiente que garante o direito e o respeito à diversidade a partir da equidade e do pluralismo cultural entre os alunos e alunas? A partir desta reflexão o autor questiona se, a partir dos marcos legais e da promulgação das novas legislações, a temática acerca do preconceito e das desigualdades na escola teve o seu estado alterado de modo significante. O debate proposto pelo artigo é atualíssimo e vale à pena entrar e travar uma interlocução com o autor.
(Quadro de Pedro Lima)
domingo, 5 de junho de 2011
MAIS QUATRO ARTIGOS DE ESCUTA CLIVADA
ARTIGO: O PROFESSOR MERGULHA NAS ÁGUAS DO BELLOMONTE.
AUTOR: FABÍOLA MARGERITHA BASTOS E MARIA DE LOURDES SOARES ORNELLAS
Trata-se de um artigo escrito em parceria por Maria de Lourdes Ornellas e Fabíola Bastos, cujo objetivo é discorrer a proposta metodológica de uma investigação sobre as Representações Sociais do professor acerca do seu imaginário sobre o episódio de canudos. A proposta do escrito é contribuir com a formação do professor, vez que é possível revelar seu imaginário, afetos, frustrações, necessidades e desejos, enquanto pretende também identificar os saberes docentes relacionados ao cenário de Canudos enquanto espaço de resistência saga conselheira e paixão. Num falar de quem pensa junto, o texto encanta o leitor e planta a curiosidade por uma continuação...
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ESCUTA CLIVADA ANCORA SABER NO ENTRE-LUGARES
ARTIGO: NÃO FALO, NÃO ESCUTO, NÃO VEJO: O PAPEL DA PSICANÁLISE NO RESGATE DOS SENTIDOS
AUTOR: GRACIELA NIEVES PELLEGRINO FERNANDEZ
Graciela inicia seu escrito trazendo para a cena a figura caricata de Joãozinho, um menino esperto e inquiridor, que atemoriza professores e professoras com suas perguntas, invariavelmente de duplo sentido, mostrando que o mesmo tem alguma conotação com sexualidade que permeia, com certeza, nossas lembranças. E a autora inquire: não há um Joãozinho em cada um de nós?
A temática do texto passeia pelas Representações Sociais de gênero e sexualidade de professoras de ensino fundamental. O estudo é fruto de uma pesquisa valiosa que analisa as falas de professoras, buscando perceber o quanto sua subjetividade constrói sua prática pedagógica, buscando entender suas linguagens subliminares, à luz da psicanálise. Graciela se põe, então, a tirar este véu do “não falo, não escuto, não vejo”.
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ESCUTA CLIVADA ANCORA SABER NO ENTRE-LUGARES
ARTIGO: O DESEJO DE SABER NA CRIANÇA: UMA PERSPECTIVA PSICANALÍTICA
AUTOR: ISAEL DE JESUS SENA
A psicanálise lança uma luz sobre a educação ao desvelar a posição subjetiva do sujeito na própria inibição no ato de aprender. Esta escrita discute, a partir de uma perspectiva psicanalítica, o desejo de saber da criança e a inibição na escrita como uma saída do sujeito frente ao desejo do Outro. Diante desse “transtorno de aprendizagem”, o não aprender, o sentimento do professor é de impotência e mal estar, e o texto discute muito bem isso, trazendo o enodamento da Psicanálise com a Educação como fundamental na facilitação na escuta dessa questão.
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ESCUTA CLIVADA ANCORA SABER NO ENTRE-LUGARES
ARTIGO: DE QUE FAMÍLIA ESTAMOS FALANDO? ENTRE O IDEAL E O VIVIDO.
AUTOR: IVANY PINTO NASCIMENTO
Ivany introduz seu texto nos dizendo que a família é, inúmeras vezes, em determinadas situações, alvo de questionamentos do tipo: Onde estava a família que não viu? “...não é possível que a família não soubesse!” E aí ela própria lança a indagação: de que família estamos falando, já que o modelo hoje constituído não segue mais um padrão? A autora faz uma caminhada pelos afetos que envolvem a família neste século, deixando a pergunta: qual a saída para esta instituição no contexto atual?
quarta-feira, 1 de junho de 2011
QUARTOS ARTIGOS E UMA LEITURA
ARTIGO: REPRESENTAÇÃO SOCIAL DO ALUNO NA SALA DE AULA E O ESTILO NO APRENDER.
AUTOR: MARIA DE LOURDES SOARES ORNELLAS
Do lugar do desejo, cada um se inscreve como sujeito da falta, tecendo um estilo. E o que é estilo no aprender?
No centro deste debate interdisciplinar há o encontro entre a Educação, as Representações Sociais e os afetos, e a autora deixa sua indagação: todo encontro não seria um desencontro?
......................................................................................................................................................ESCUTA CLIVADA ANCORA SABER NO ENTRE-LUGARES
ARTIGO: ENSINAR E APRENDER: ATO DE DESEJO DO SUJEITO
AUTOR: DAIANE BARBOSA PURIDADE E KELY KRAUSE DE JESUS CUNHA
Daiane Puridade e Kelly Cunha, em parceria, analisam o ensinar e aprender como ato de desejo do sujeito, trazendo a Psicanálise e a Educação como constitutivos do ato educativo. As autoras buscam revelar o agalma peculiar da educação e as resultantes de um enlace que ensina a escuta e impulsiona os sujeitos a um constante desejo de ensinar e aprender. Há que se tecer uma nova educação, esta agora pautada no sujeito, e o texto pretende abrir as portas para novas discussões que levem a mais reflexões acerca do ensino e da aprendizagem à luz da Psicanálise: benefício para professor e aluno.
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AUTOR: DANIELA CHAVES RADEL BITTENCOURT
Daniela Radel investiga o lugar do brincar na educação infantil ao reconhecer
a relevância deste ato na constituição do sujeito nos seus primeiros anos de vida. No texto a autora apresenta sua pesquisa, de abordagem psicanalítica, em uma análise da educação infantil como espaço de subjetivação da criança-sujeito. Radel nos diz que, se antes a escola se sustentava na promessa das crianças virem a usufruir, num futuro, o lugar e a posição existencial do adulto, atualmente o ensino vale na proporção do gozo imediato que promove, sem permitir o lugar da falta. Autora nos deixa um questionamento: nesta escola há lugar para a infância? Há lugar para a estruturação do sujeito do desejo?
A riqueza do texto reflete o brilho da pesquisa, precisa ser lido.
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ARTIGO: A PSICANÁLISE BORDA A EDUCAÇÃO: QUANDO O DESEJO SE INSCREVE NAS TEIAS DO SABER.
AUTOR: ELIANA DE JESUS MENEZES
Eliana Menezes nos apresenta um texto que debate a falta de interesse da criança em relação ao saber contemplado na leitura e na escrita, abordando a importância do ato de ler e escrever para a constituição da história do sujeito. A autora faz um elenco das concepções de desejo na filosofia e na psicanálise, mostrando que o desejo é da ordem do real, traduzido como falta e que a criança pode não querer saber para se constituir sujeito desse desejo, não atendendo as exigências da cultura.
O texto tem viés psicanalítico e ressalta que a aproximação da Educação com a Psicanálise evidencia um ganho simbólico para a educação e que há que se alimentar o desejo.