terça-feira, 22 de abril de 2014

LUDICIDADE E ATIVIDADES LÚDICAS: uma abordagem a partir da experiência interna (PARTE 1)

Cipriano Carlos Luckesi (VER PUBLICAÇÃO DE 20 DE ABRIL DE 2014)
Este material foi obtido através do website de Cipriano Carlos Luckesi 

1. Sobre ludicidade


Primeiro sobre ludicidade. Usualmente os textos disponíveis, que abordam a questão da ludicidade, tratam-na, predominantemente, sob a ótica de seu papel na vida humana: no desenvolvimento humano, nos processos de ensino-aprendizagem, nos processos terapêuticos, na recreação, no divertimento, no lazer; ou, então, abordam repertórios de atividades lúdicas, descrevendo como realizá-las; e existem ainda muitos outros estudos sociológicos ou históricos sobre esse fenômeno. Pouco, porém, se tem tratado da ludicidade e das atividades lúdicas de um ponto de vista interno e integral. É esse o meu objetivo neste texto, na busca de oferecer uma melhor compreensão da definição que venho dando para esse fenômeno em meus escritos. A abordagem que estou utilizando para conceituar o fenômeno da ludicidade foca a experiência lúdica como uma experiência interna do sujeito que a vivencia.  É desse ponto de vista que se segue tudo o que exponho abaixo, ou seja, não estou tratando de estudos externos da atividade lúdica, tais como os sociológicos, os etnográficos, os históricos ou os descritivos, que, sem sombra de dúvidas são sumamente importantes. Estou me confrontando com as seguintes perguntas: O que é a atividade lúdica para o sujeito que a vivencia? E, enquanto vivencia, que efeitos essa experiência lhe produz?

Importa observar que os conceitos, que aqui vamos tentar configurar, com um pouco mais de precisão, tem sido reiteradamente discutidos e aprofundados nas reuniões semanais do GEPEL – Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação e Ludicidade, vinculado ao Programa de Pós-graduação da FACED/UFBA.

Em textos anteriores, a partir de estudos e experimentos pessoais com atividades lúdicas, além do ensino desses conhecimentos teórico-práticos na Pós-Graduação em Educação, da Faculdade de Educação, da Universidade Federal da Bahia, tenho procurado defender uma compreensão específica da ludicidade e das atividades lúdicas, que estão a merecer uma melhor configuração, assim como aprofundamentos teóricos e práticos.

Essa necessidade veio mais ainda à tona, quando, recentemente, em nossa Pós-Graduação, pude assistir a defesa de uma dissertação, da autoria de uma orientanda minha, na qual a mestranda fez uso dos conceitos por mim formulados sobre o que é ludicidade e sobre as atividades lúdicas. Parecia-me que os membros da Banca não compreendiam o que ela falava, ou, devido estarem vinculados a outras exigências conceituais sobre esse fenômeno, não conseguiam colocar-se disponíveis para “uma escuta sensível” do que ela estava expondo. Assim sendo, vi-me na obrigação de tentar uma melhor delimitação conceitual daquilo que expus anteriormente sobre esse tema. É isso que me proponho fazer, neste escrito, no limite das compreensões que tenho, neste momento; o que quer dizer que, mesmo agora, não tenho, de forma alguma, a pretensão de apresentar uma configuração conceitual de ludicidade e das atividades lúdicas, que possa atender a todas as demandas dos leitores. Estou, aqui, mais uma vez, ensaiando abordar esse fenômeno, que é complexo e múltiplo em suas manifestações.

Em 1998, escrevi um texto intitulado “Desenvolvimento dos estados de consciência e ludicidade”, no qual explicitava a seguinte compreensão da ludicidade: “Tomando por base os escritos, as falas e os debates, que tem se desenvolvido em torno do que é lúdico, tenho tido a tendência em definir a atividade lúdica como aquela que propicia a ‘plenitude da experiência’. Comumente se pensa que uma atividade lúdica é uma atividade divertida. Poderá sê-la ou não. O que mais caracteriza a ludicidade é a experiência de plenitude que ela possibilita a quem a vivencia em seus atos”[2]

No ano de 2000, retomei esse conceito de ludicidade em um artigo que escrevi para a coletânea Educação e Ludicidade, por mim organizada, como primeira publicação do GEPEL, intitulado “Educação, ludicidade e prevenção de neuroses futuras: uma proposta pedagógica a partir da Biossíntese”. Nessa oportunidade, assim, me expressei: “O que a ludicidade traz de novo é o fato de que o ser humano, quando age ludicamente, vivencia uma experiência plena. Com isso, queremos dizer que, na vivência de uma atividade lúdica, cada um de nós estamos plenos, inteiros nesse momento; nos utilizamos da atenção plena, como definem as tradições sagradas orientais. Enquanto estamos participando verdadeiramente de uma atividade lúdica, não há lugar, na nossa experiência, para qualquer outra coisa além dessa própria atividade. Não há divisão. Estamos inteiros, plenos, flexíveis, alegres, saudáveis. Poderá ocorrer, evidentemente, de estarmos no meio de uma atividade lúdica e, ao mesmo tempo, estarmos divididos com outra coisa, mas aí, com certeza, não estaremos verdadeiramente participando dessa atividade. Estaremos com o corpo aí presente, mas com a mente em outro lugar e, então, nossa atividade não será plena e, por isso mesmo, não será lúdica.

“Brincar, jogar, agir ludicamente, exige uma entrega total do ser humano, corpo e mente, ao mesmo tempo. A atividade lúdica não admite divisão; e, as próprias atividades lúdicas, por si mesmas, nos conduzem para esse estado de consciência. Se estivermos num salão de dança e estivermos verdadeiramente dançando, não haverá lugar para outra coisa a não ser para o prazer e a alegria do movimento ritmado, harmônico e gracioso do corpo. Contudo, se estivermos num salão de dança, fazendo de conta que estamos dançando, mas de fato, estamos observando, com o olhar crítico e julgativo, como os outros dançam, com certeza, não estaremos vivenciando ludicamente esse momento”[3].

Importa observar que nos dois trechos acima, estive tomando ludicidade como um estado interno do sujeito que age e/ou vivencia situações lúdicas. Não estive, tratando nem de suas características histórico-culturais, como faz Huizinga, em seu livro Homo Ludens; nem de suas características histórico-sociais, como faz Walter Benjamin, em seu livro Reflexões: a criança, o brinquedo e a educação; ou como faz Tizuko Murchida Kichimoto, em Jogos Infantis, ou ainda como fez Giles Brugère, em Jogo e educação, trabalhando sociologicamente o conceito de jogo; nem estamos tratando das funções terapêuticas das atividades lúdicas, como fazem Melanie Klein, Arminda Aberastury, Bruno Bettelheim, D.W. Winnicott; assim como não estive tratando das funções educativas, como fazem muitos autores que propõem atividades lúdicas e jogos para a prática pedagógica.

Interessava-me e interessa-me, no primeiro momento dessa discussão, abordar a ludicidade como uma experiência interna “de consciência”, “um estado de espírito”, como dizemos cotidianamente. Com isso, estou deixando claro o foco de meu esforço de compreensão de ludicidade. Ludicidade, a meu ver, é um fenômeno interno do sujeito, que possui manifestações no exterior. Assim, ludicidade foi e está sendo entendida por mim a partir do lugar interno do sujeito.

Para alargar um pouco a compreensão que venho defendendo de que “o ato lúdico propicia uma experiência plena para o sujeito” e para situar essa compreensão no seio de outras possíveis compreensões das atividades lúdicas, vou servir-me do auxílio dos estudos de Ken Wilber, que nos ajudará, com certa facilidade, a compreender que aquilo que estou propondo tem a ver somente com uma dimensão do ser humano: a sua dimensão interna; a dimensão do seu desenvolvimento, da sua identidade, da sua integridade; a dimensão do desenvolvimento do seu ground interno[4], como define David Boadella.

Ken Wilber em seus livros Uma Breve História do Universo[5], O olho do espírito[6], e em União da alma e dos sentidos[7], nos indica que o ser humano possui quatro dimensões que devem ser levadas em consideração, caso desejemos proceder uma abordagem integral do mesmo. O ser humano realiza suas experiências em quatro dimensões; ainda que uma delas possa estar predominando num determinado momento.



  
O quadro acima nos auxilia na compreensão do que o autor propõe: cada ser humano, em suas experiências, vivencia quatro dimensões que são: 1. individual/interior, 2. individual/exterior, 3. coletiva/interior, 4. coletiva/exterior. Do lado esquerdo do gráfico, identificamos as dimensões “interiores” e, do lado direito, as dimensões “exteriores” do ser humano; na parte superior do gráfico, as dimensões individuais, seja a interior seja a exterior; e, por último, na parte inferior, as dimensões coletivas, seja sob o aspecto interior seja sob o aspecto exterior.
Com isso, podemos compreender que o ser humano, em todas as suas experiências, realiza-se e expressa-se em suas quatro dimensões, ainda que não possamos, ao mesmo tempo, estar conscientes de todas elas, da: individual, externa, visível, observável, comportamental (dimensão individual externa, representada no gráfico pelo quadrante superior direito); ao mesmo tempo,  interna, que tem a ver com sentimento, com mente, com a compreensão interna, interpretativa, hermenêutica do sujeito (dimensão interna representada no gráfico pelo quadrante superior esquerdo). Contudo, ainda essa experiência também se dá no coletivo comunitário, o que significa, na dimensão subjetiva, que a situa no contexto dos valores, da cultura e da comunidade dentro do qual ele está inserido (dimensão subjetiva coletiva, representada, no gráfico, pelo quadrante inferior esquerdo); e, por último, se dá na dimensão coletiva objetiva, sistêmica, constituindo uma rede interobjetiva de relações observáveis (dimensão externa coletiva, representada no gráfico, pelo quadrante inferior direito).
A dimensão interior individual é aquela onde o ser humano vivencia uma experiência, dentro de si mesmo, na dimensão do Eu, ou seja, a dimensão espiritual, estética; dimensão que garante o crescimento individual interno, através das múltiplas fases de desenvolvimento, que vão do pré-pessoal, pelo pessoal para o transpessoal. Esse é o campo do pensar filosófico, da espiritualidade, da introspecção psicológica, da criação artística, da percepção estética,...
A dimensão interior coletiva é aquela onde o ser humano vivencia sua experiência de comunidade, dos valores e sentimentos de viver e conviver com o outro e com os outros, vivência da cultura e dos valores comuns, que dirigem a vida. É a dimensão do Nós de nossa experiência, onde se faz presente a formação e a vivência da ética e da moral. É o campo da sensação, dos sentimentos e da vivência com o outro, do convívio, da ética, da moral,...
A dimensão individual externa expressa, objetivamente, nossa experiência individual interna, através das manifestações do nosso corpo, dos nossos sistemas fisiológicos (nervoso, circulatório, respiratório) e do nosso comportamento psicossocial. São elementos que podem ser estudados objetivamente, via os meios de mensuração. É o campo do Ele individual. Esse é o campo da fisiologia, anatomia, neurofisiologia, ciências comportamentais,...
A dimensão coletiva externa se dá nas relações sistêmicas que constituem nossa vida, através das relações interobjetivas. As múltiplas relações que agem e reagem entre si, constituindo sistemas de elementos e variáveis que determinam dialeticamente nosso modo de ser e de viver. É o campo do Ele coletivo, que pode ser estudado objetivamente sob a ótica do funcionamento dos sistemas. Esse campo é estudado pela sociologia, pela história social, pela política, pelas abordagens sistêmicas em geral.
O campo do Eu só pode ser percebido, estudado e compreendido pela interpretação. O campo do Nós só pode ser verdadeiramente assimilado, estudado e compreendido pela vivência mútua da cultura, com todos os seus valores, que só podem ser apreendidos adequadamente por quem os vivencia. É praticamente impossível um forasteiro tornar-se igual aos nativos. Ele se aproxima, ensaia, chega perto, mas não se torna um igual. Ele será sempre um forasteiro que foi admitido como “um dos nossos”. O campo do Ele, por outro lado, seja o individual ou o coletivo, pode e deve ser apreendido pelos sistemas de mensuração e/ou demonstração objetivos. Wilber diz que os campos do Ele individual e coletivo poderiam ser reunidos em um único campo --- o do Ele ---, pois que ambos são apropriados e compreendidos objetivamente, como o outro, independente de cada um de nós.
Assim sendo, uma experiência integral do ser humano é aquela que o realiza em suas quatro dimensões --- que permitem a vivência da estética e da espiritualidade, assim como a experiência ética, ambas assentadas sobre a materialidade externa da constituição bio-psicológica, de um lado, e dos sistemas sociais e históricos de relações, de outro.  
Dentro deste quadro de referência, as atividades lúdicas (não a ludicidade), como todos e quaisquer outras experiência humanas, poderão ser abordados a partir de cada um desses quatro quadrantes. Ou seja, uma atividade lúdica, enquanto atividade propriamente dita, é vivida nas quatro dimensões e, por isso poderá ser abordada, também, nos quatro quadrantes. É exatamente devido a experiência dar-se (realizar-se) nas quatro dimensões, que ela pode assim ser abordada. Ou seja, uma atividade, lúdica ou não, dar-se-á nas quatro dimensões e deste modo deverá ser abordada. Será abordada pela ótica do quadrante superior esquerdo, a ótica interna do sujeito que realiza e vivencia essa atividade. Poderá ainda ser abordada pela ótica do quadrante inferior esquerdo --- sob a ótica da convivência com os outros e da cultura ---, o que permitirá vivenciar e desvendar os sentimentos comunitários, resultantes do presente ou de um longo processo de heranças sócio culturais, através dos quais, esses sentimentos adquiriram um sentido ou está adquirindo um sentido novo neste momento de convivência. Por último, essa atividade lúdica poderá ser abordada como um fenômeno social, através da observação, da contagem de freqüências das vezes que essa atividade se manifesta no todo da sociedade, na qual está inserida, assim como das relações interobjetivas, que causam, sistemicamente, suas características.
Tomando esse referencial por base, quando definimos ludicidade como um estado de consciência, estamos falando a partir do quadrante superior esquerdo, ou seja, da vivência e percepção interna do sujeito. Uma atividade só poderá ser plena para uma pessoa como sujeito, só ele poderá vivenciar a “plenitude da experiência”, através de uma atividade. A ludicidade, nesta perspectiva, é interna. Objetivamente, a partir do quadrante superior direito, poderemos descrever uma atividade como lúdica, seu algoritmo, sua configuração, suas regras, suas práticas visíveis; porém, para um determinado sujeito, essa atividade, que descrevo como lúdica, poderá não sê-lo, em função de sua história pessoal de vida (quadrante superior esquerdo), assim como em função do meio social, no qual está inserido (quadrante inferior esquerdo) e em função de sua assimilação interna dessa herança.
Deste modo, quando estamos definindo ludicidade como um estado de consciência, onde se dá uma experiência em estado de plenitude, não estamos falando, em si, das atividades objetivas que podem ser descritas sociológica e culturalmente como atividade lúdica, como jogos ou coisa semelhante. Estamos, sim, falando do estado interno do sujeito que vivencia a experiência lúdica. Mesmo quando o sujeito está vivenciando essa experiência com outros, a ludicidade é interna; a partilha e a convivência poderão oferecer-lhe, e certamente oferece, sensações do prazer da convivência, mas, ainda assim, essa sensação é interna de cada um, ainda que o grupo possa harmonizar-se nessa sensação comum; porém um grupo, como grupo, não sente, mas soma e engloba um sentimento que se torna comum; porém, em última instância quem sente é o sujeito.
Certamente que vivenciar uma experiência lúdica em grupo é muito diferente de praticá-la sozinho. O grupo tem a força e a energia do grupo; ele se movimenta, se sustenta, estimula, puxa a alegria, mas somente cada individuo, nesse conjunto vital e vitalizado, poderá viver essa sensação de alegria, partilhada no grupo.  
Deste modo, uma atividade descrita objetivamente, seja pela sua estrutura seja pelo seu comprometimento com uma determinada herança sociocultural (como o folclore, os brinquedos tradicionais, etc...), não necessariamente será lúdica para o sujeito que a vivencia. Ou seja, objetivamente, podemos descrevê-la como lúdica, mas não necessariamente, ela propiciará a todos, que a vivenciarem um estado de plenitude de experiência. Vamos tomar, a título de exemplo, a brincadeira de “pular corda”.
Para mim, ela propiciará um estado interno de inteireza, alegria, prazer, enquanto estiver, no seio de um grupo, pulando corda. Dar-me-á inteireza, alegria, prazer, praticando essa experiência sozinho e, ao mesmo tempo, na interação com as outras pessoas, participando e partilhando da felicidade do momento. Todavia, para outra pessoa, esta mesma atividade, poderá trazer desprazer, seja devido nunca ter pulado corda e não estar interessada em tentar aprender agora, seja devido ter tido uma experiência muito negativa com esse brinquedo em sua história pessoal de vida, ou qualquer outro elemento que não lhe permita vivenciar agora essa experiência com alegria, prazer, integridade. Assim sendo, objetivamente (quadrante superior direito) a atividade é descrita como lúdica, porém, não necessariamente ela trará a mesma experiência de plenitude para todos os sujeitos que a vivenciam, ainda que o grupo seja um condicionante fundamental para a entrega em uma atividade lúdica, como sinalizamos anteriormente. Poderá sinalizar uma dor que, recentemente ou de há muito, estava dentro da pessoa, convidando-a a buscar uma saída saudável para isso, que está impedindo o seu fluir normal na vida.
A dor interna que a atividade lúdica, objetivamente definida como lúdica, elicia, em uma prática, não é lúdica, por si, no sentido que vimos compreendendo ludicidade, porém, a vivência dessa experiência que mobiliza a dor pode ser um ponto de partida para a transformação da própria experiência fragmentada em busca da experiência plena. Nesse sentido, as atividades que são objetivamente tomadas como lúdicas e que, por alguma razão interna da pessoa, possam fazer emergir alguma dor, limite ou dificuldade, possibilita ao sujeito uma oportunidade da cura dessa dor, dificuldade ou limite interno. Por cura, aqui, estamos entendendo uma oportunidade de fazer contato com um aspecto doloroso de sua vida, mas que, também e ao mesmo tempo, aponta para um aspecto saudável de si mesmo – da alegria, do prazer, da convivência, da não-rigidez,...
Em síntese, ao afirmar que a atividade lúdica traz uma oportunidade de experiência plena, importa estar atento para o “olhar” a partir do qual estamos afirmando isso: a dimensão do eu, do interno. E é em função dessa visão que defendo a idéia de que vivência lúdica propicia ao sujeito uma experiência de plenitude, devido ela ir para além dos limites do ego, que gosta de descrições específicas de cada coisa, que serve-se permanentemente do julgamento, que se fixa em posições tomadas como as únicas certas,... A descritiva comportamental individual e/ou coletiva, assim como os valores comunitários, que sustentam essa experiência, compõem o entorno dessa sensação de experiência plena, a serem tratadas por outros âmbitos do conhecimento, como vimos acima.




[1] Doutor em Educação, Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação, FACED/UFBA, vice-coordenador do GEPEL – Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação e Ludicidade, vinculado à linha de Pesquisa Filosofia, Linguagem e Praxis Educativa, do Programa de Pós-Graduação em Educação - FACED/UFBA.
[2] Cipriano Carlos Luckesi, “Desenvolvimento dos estados de consciência e ludicidade”, in Interfaces da Educação, Cadernos de Pesquisa – Núcleo de Filosofia e História da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, UFBA, vol. 2, no. 1, 1998, pág. 09-25.
[3] Cipriano Carlos Luckesi, “Educação, ludicidade e prevenção das neuroses futuras: uma proposta pedagógica a partir da Biossíntese”, in Educação e Ludicidade, Coletânea Ludopedagogia Ensaios 01, organizada por Cipriano Carlos Luckesi, publicada pelo GEPEL, Programa de Pós-Graduação em Educação, FACED/UFBA, 2000, p. 21.
[4] Ground interno, aqui, é tomado no sentido de base, suporte, capacidade de sustentar a própria experiência a partir de uma qualidade interior fluída e não a partir de recursos externos, aprendidos como lições que devem ser cumpridas.
[5] Ken Wilber, Uma breve História do Universo, Rio de Janeiro, Ed. Nova Era, 2001.
[6] Ken Wilber, O olho do espírito, São Paulo, Ed. Cultrix, 2001.
[7] Ken Wilber, União da alma e dos sentidos, São Paulo, Editora Cultrix, 2001.

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