sábado, 31 de março de 2012

FREUD: O MAL-ESTAR NA CIVILIZAÇÃO

COMPREENSÃO DO LIVRO O MAL-ESTAR NA CIVILIZAÇÃO, DE SIGMUND FREUD

1 - No texto Freud retoma sua discussão sobre a religião como uma ilusão, relatando um diálogo com seu amigo Rolland. Declara que não consegue descobrir em si esse sentimento “oceânico” e que não é fácil nem simples lidar cientificamente com sentimentos. Em busca de uma explicação psicanalítica/genética para tal, ele afirma que o ego aparece como algo autônomo e unitário, diferenciado de tudo mais, mas esta aparência é ilusória, pois o ego continua para dentro sem qualquer delimitação nítida com o Id, à qual o ego serve como uma espécie de fachada. A religião responde ao anseio do pai poderoso que oferece segurança. Freud afirma se a religião fosse extinta, o homem encontraria outro tipo de sistema de doutrinas semelhante para sentir-se protegido.
2 - É no auge do amor que a fronteira entre ego e objeto ameaça desaparecer. O ego da criança é formado pelo contraste com objetos que existem exteriormente, e é nesse estágio que o ego é pela primeira vez contrastado por um objeto, sob a forma de algo que existe exteriormente.O reconhecimento do ego acontece pelas múltiplas e inevitáveis sensações de sofrimento e de desprazer, cujo afastamento e cuja fuga são impostos pelo princípio do prazer.
3 - Para Freud o esquecimento não significa a destruição do resíduo mnêmico, tudo é preservado e em circunstâncias apropriadas. O passado acha-se preservado na vida mental e o sentimento oceânico seria derivado de uma fase primitiva do sentimento do ego, um sentimento que se traduz na fonte das necessidades religiosas. Ou seja, o sentimento oceânico remonta ao sentimento infantil de desamparo e a grande maioria dos mortais nunca será capaz de superar essa visão da vida.
4 - O autor retoma Totem e Tabu, onde no mito da horda primeva o pai onipotente possuía todas as mulheres e seus desejos tinham valor absoluto. Assassinado pelos filhos, estabelece-se que nenhum tomaria o lugar desse pai e nascendo aí o mito do incesto como lei que fundamenta uma sociedade, dando início à civilização.
5 - Essa cultura produz um mal estar na civilização, dado o antagonismo existente entre as exigências da pulsão e as da civilização. Para que a sociedade se desenvolva em ordem, o homem tem que sacrificar sua satisfação pulsional, sendo sua vida sexual e sua agressividade extremamente prejudicadas.
6 - A civilização tem como tarefa evitar o sofrimento e dar segurança, ficando o prazer em ultimo plano. Freud apresenta felicidade como um sentimento episódico, já que a satisfação pulsional é sempre parcial.
7 - Para Freud, o sofrimento do homem  provem de três fatores: do corpo, do mundo externo e dos relacionamentos. Existem alguns meios utilizados para fugir ao sofrimento: as drogas, o trabalho, a sublimação, as fantasias, o remodelamento delirante da realidade, o amor e a neurose. A sublimação da pulsão é fundamental para o desenvolvimento cultural.
8 - O texto destaca três aspectos fundamentais à noção de civilização: a angústia, a agressividade e o sentimento de culpa. Existe em todas as pessoas a pulsão de morte, e essa pulsão é um grande impedimento para a civilização.
9 - O sentimento de culpa é um aspecto central na relação do sujeito com a cultura. É uma tensão entre o ego e o superego, onde surge a necessidade de punição. O sentimento de culpa se origina do medo de uma autoridade exterior e o superego, autoridade interior..
10 - Existem três medidas auxiliares que no fazem extrair luz da desgraça: satisfações substitutivas ( as artes), substancias tóxicas(que alteram a química do corpo) e a religião. Fica a questão: Onde a religião encontra seu lugar?
11 – O que rege a vida é o princípio do prazer, mas a tarefa de evitar o desprazer se coloca em primeiro lugar se compararmos com o principio do prazer. Buscar a satisfação irrestrita significa colocar o gozo antes da cautela, o que gera seu próprio castigo.

Essa é parte da compreensão de uma leitura parcial do texto de Freud, embora resuma o teor da obra no seu todo. Breve, a continuação.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Congresso Infância e Pedagogia histórico-crítica - UFES, Vitória, 2012

O objetivo do Congresso é discutir a infância sob a perspectiva da pedagogia histórico-crítica, colaborando com o debate acadêmico sobre as teorias pedagógicas. Serão realizadas mesas-redondas com a participação de pesquisadores da área e uma sessão de apresentação de trabalhos. As atividades serão na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em Vitória, entre os dias 18 e 20 de junho de 2012.

Realização:
 
Núcleo de Educação Infantil (NEDI-UFES)


Apoio:

Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE-UFES)
Colegiado de Pedagogia (UFES)
Grupo de Pesquisa "Estudos Marxistas em Educação"
Grupo de Estudos e Pesquisas "História, Sociedade e Educação no Brasil" (HISTEDBR)