segunda-feira, 25 de setembro de 2017

ENTREVISTA COM JUSSARA HOFFMANN - AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM


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Biografia

DISPONÍVEL EM 
http://www.tantaspalavras.com.br/palestrante-conferencista/profa-dra-jussara-hoffmann/

Jussara Maria Lerch Hoffmann, nasceu em Bagé, Rio Grande do Sul. Com nove anos mudou-se para Porto Alegre, passando a estudar no Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, onde cursou o Normal. Foi professora primária, professora de português no ensino médio e coordenadora pedagógica do Colégio Bom Conselho e de escola pública de Porto Alegre. Com formação em Letras pela UFRGS, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde cursou o Mestrado em Educação/Avaliação na UFRJ. No seu regresso a Porto Alegre, atuou na Delegacia de Educação/SEC, na PUCRS - como docente em Metodologia do Ensino Superior - , ingressando na Faculdade de Educação da UFRGS, por concurso, em 1986.

Nesta universidade, desenvolveu estudos e pesquisas em avaliação e educação infantil e aposentou-se como Professora Adjunta em 1996 para fundar e assumir a Direção da Editora Mediação - onde atua até este momento, responsável pela seleção de obras, projeto editorial e revisão técnica, com mais de 150 obras editadas. 

Em paralelo à Direção da Mediação, ao longo desses anos, Jussara vem dando continuidade a sua tarefa de educadora como conferencista e consultora educacional, tendo atuado em mais de 500 congressos e eventos no país e no exterior.

A autora tem hoje doze livros publicados sobre o tema além de inúmeros artigos em revistas, com o conjunto de suas obras superando a marca de 300 mil exemplares vendidos no país. 



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http://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2014/05/21/avaliacao-mediadora-e-desafio-para-aprendizagem

“Corrigir não é avaliar, interpretar é avaliar”. “Um número (nota) não me permite interpretar e compreender a aprendizagem”. “Falta na prova significa ausência na prova e não zero. Não é investigar o que o aluno aprendeu”. As frases da educadora e conferencista Jussara Hoffmann que, para muitos, podem parecer provocações, fornecem os pressupostos para o entendimento do conceito do qual ela é especialista: avaliação mediadora. O assunto foi abordado pela palestrante no segundo Encontro de Aperfeiçoamento do primeiro semestre deste ano, aos alunos da Unicamp que integram os programas PAD/PED (Programa de Apoio Didático e do Programa de Estágio Docente). Realizado na tarde de terça-feira, 20, e organizado pelo Espaço de Apoio ao Ensino e Aprendizagem (EA2), órgão da Pró-Reitoria de Graduação (PRG), o encontro teve como tema “Avaliação em sala de aula: conflitos e alternativas”.

“A questão da avaliação é um tema recorrente para os alunos”, ressaltou o coordenador do (EA2) professor Sérgio Leite, da Faculdade de Educação (FE). Os alunos PAD/PED já trabalham com os docentes e a expectativa é que sejam professores no futuro, segundo o coordenador. Jussara Hoffmann é fundadora e diretora da Editora Mediação, do Rio Grande do Sul, especializada em publicações para professores. Tem hoje doze livros de sua autoria sobre avaliação. A palestra foi assistida por cerca de 800 alunos, entre os que compareceram ao Centro de Convenções, e os que assistiram a transmissão online nos campi de Limeira e Piracicaba.

De acordo com a conferencista, a disciplina avaliação praticamente inexiste nos cursos de pedagogia brasileiros. Ela afirma que “mediação é diálogo intelectual” e que, para compreender o pensamento de um aluno, é preciso se aproximar dele, não negar a história do sujeito. Em relação às notas atribuídas aos estudantes, Jussara salienta que “o problema da análise quantitativa é a arbitrariedade que confere poder ao professor. Não sou contra a nota, mas números não me falam das pessoas e nem do que elas estão aprendendo”, reiterou. Na entrevista ao Portal Unicamp a conferencista falou mais sobre o tema:

Portal Unicamp: Quais são as principais dificuldades que os professores encontram para propor a avaliação de alunos?
Jussara Hoffmann: Seria interessante falarmos das dificuldades no ensino superior. A teoria evoluiu bastante para uma concepção de acompanhamento e acompanhamento individual de alunos e toda uma intervenção pedagógica adequada, apoio aos alunos. Essa teoria tem por fundamentos os alicerces teóricos da pedagogia, da educação, filosofia, enfim várias ciências. A grande dificuldade no ensino superior é que este professor é professor, mas não tem a formação pedagógica. Ele sabe muito seu conteúdo, tem grande domínio teórico sobre o que ele ensina e não sobre como ensinar ou sobre como o aluno aprende o que ele ensina. Este mesmo docente é quem vai formar os professores de educação básica do ensino médio e do ensino fundamental. Então há uma preocupação hoje em evoluir também no ensino superior e essa reflexão sobre a avaliação formativa mediadora que está mais implementada em países do mundo inteiro. Nós somos um dos últimos países do mundo que reprovam na educação básica, por exemplo, e na contrapartida há uma prática de não reprovação no ensino superior. Nos outros países ocorre exatamente o inverso. Tudo isso é decorrente de concepções que ainda temos vigentes como a concepção classificatória, reprovativa, o predomínio do professor que dá uma aula e não o que organiza uma situação de aprendizagem. Aquele professor que dá uma aula e depois dá uma prova ao final e passa para outro conteúdo.


Portal da Unicamp: ...e não está tão preocupado com o processo de avaliação?
Jussara Hoffmann: Não está na verdade preocupado com o processo de aprendizagem, avaliar é estar preocupado com o processo de aprendizagem e ele está muito mais preocupado com o processo de ensino, com seu planejamento, sua metodologia e não com a estratégia pedagógica que seja adequada ao interesse e a necessidade daquele aluno. Então o professor vai em frente, mesmo que aquele aluno fique para trás. O grande entrave para os avanços em avaliação é a falta de fundamentação teórica dos educadores nesta área. O professor de medicina, por exemplo, também deveria ter essa fundamentação. Nosso grande problema ainda é a falta de fundamentação teórica, de leitura e de formação na área, por mais que a teoria de avaliação formativa date de 50 anos atrás, nós ainda estamos engatinhando.


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