segunda-feira, 25 de setembro de 2017

LEANDRO DE LAJONQUIÈRE - SOMOS TODOS SUJEITOS ESCOLARIZÁVEIS?

 SOMMES-NOUS TOUS DES SUJETS SCOLARISÉS ET SCOLARISABLES ?



Professor Leandro de Lajonquière em palestra "Somos todos sujeitos escolarizados e escolarizáveis?"

ENTREVISTA COM JUSSARA HOFFMANN - AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM


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Biografia

DISPONÍVEL EM 
http://www.tantaspalavras.com.br/palestrante-conferencista/profa-dra-jussara-hoffmann/

Jussara Maria Lerch Hoffmann, nasceu em Bagé, Rio Grande do Sul. Com nove anos mudou-se para Porto Alegre, passando a estudar no Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, onde cursou o Normal. Foi professora primária, professora de português no ensino médio e coordenadora pedagógica do Colégio Bom Conselho e de escola pública de Porto Alegre. Com formação em Letras pela UFRGS, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde cursou o Mestrado em Educação/Avaliação na UFRJ. No seu regresso a Porto Alegre, atuou na Delegacia de Educação/SEC, na PUCRS - como docente em Metodologia do Ensino Superior - , ingressando na Faculdade de Educação da UFRGS, por concurso, em 1986.

Nesta universidade, desenvolveu estudos e pesquisas em avaliação e educação infantil e aposentou-se como Professora Adjunta em 1996 para fundar e assumir a Direção da Editora Mediação - onde atua até este momento, responsável pela seleção de obras, projeto editorial e revisão técnica, com mais de 150 obras editadas. 

Em paralelo à Direção da Mediação, ao longo desses anos, Jussara vem dando continuidade a sua tarefa de educadora como conferencista e consultora educacional, tendo atuado em mais de 500 congressos e eventos no país e no exterior.

A autora tem hoje doze livros publicados sobre o tema além de inúmeros artigos em revistas, com o conjunto de suas obras superando a marca de 300 mil exemplares vendidos no país. 



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http://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2014/05/21/avaliacao-mediadora-e-desafio-para-aprendizagem

“Corrigir não é avaliar, interpretar é avaliar”. “Um número (nota) não me permite interpretar e compreender a aprendizagem”. “Falta na prova significa ausência na prova e não zero. Não é investigar o que o aluno aprendeu”. As frases da educadora e conferencista Jussara Hoffmann que, para muitos, podem parecer provocações, fornecem os pressupostos para o entendimento do conceito do qual ela é especialista: avaliação mediadora. O assunto foi abordado pela palestrante no segundo Encontro de Aperfeiçoamento do primeiro semestre deste ano, aos alunos da Unicamp que integram os programas PAD/PED (Programa de Apoio Didático e do Programa de Estágio Docente). Realizado na tarde de terça-feira, 20, e organizado pelo Espaço de Apoio ao Ensino e Aprendizagem (EA2), órgão da Pró-Reitoria de Graduação (PRG), o encontro teve como tema “Avaliação em sala de aula: conflitos e alternativas”.

“A questão da avaliação é um tema recorrente para os alunos”, ressaltou o coordenador do (EA2) professor Sérgio Leite, da Faculdade de Educação (FE). Os alunos PAD/PED já trabalham com os docentes e a expectativa é que sejam professores no futuro, segundo o coordenador. Jussara Hoffmann é fundadora e diretora da Editora Mediação, do Rio Grande do Sul, especializada em publicações para professores. Tem hoje doze livros de sua autoria sobre avaliação. A palestra foi assistida por cerca de 800 alunos, entre os que compareceram ao Centro de Convenções, e os que assistiram a transmissão online nos campi de Limeira e Piracicaba.

De acordo com a conferencista, a disciplina avaliação praticamente inexiste nos cursos de pedagogia brasileiros. Ela afirma que “mediação é diálogo intelectual” e que, para compreender o pensamento de um aluno, é preciso se aproximar dele, não negar a história do sujeito. Em relação às notas atribuídas aos estudantes, Jussara salienta que “o problema da análise quantitativa é a arbitrariedade que confere poder ao professor. Não sou contra a nota, mas números não me falam das pessoas e nem do que elas estão aprendendo”, reiterou. Na entrevista ao Portal Unicamp a conferencista falou mais sobre o tema:

Portal Unicamp: Quais são as principais dificuldades que os professores encontram para propor a avaliação de alunos?
Jussara Hoffmann: Seria interessante falarmos das dificuldades no ensino superior. A teoria evoluiu bastante para uma concepção de acompanhamento e acompanhamento individual de alunos e toda uma intervenção pedagógica adequada, apoio aos alunos. Essa teoria tem por fundamentos os alicerces teóricos da pedagogia, da educação, filosofia, enfim várias ciências. A grande dificuldade no ensino superior é que este professor é professor, mas não tem a formação pedagógica. Ele sabe muito seu conteúdo, tem grande domínio teórico sobre o que ele ensina e não sobre como ensinar ou sobre como o aluno aprende o que ele ensina. Este mesmo docente é quem vai formar os professores de educação básica do ensino médio e do ensino fundamental. Então há uma preocupação hoje em evoluir também no ensino superior e essa reflexão sobre a avaliação formativa mediadora que está mais implementada em países do mundo inteiro. Nós somos um dos últimos países do mundo que reprovam na educação básica, por exemplo, e na contrapartida há uma prática de não reprovação no ensino superior. Nos outros países ocorre exatamente o inverso. Tudo isso é decorrente de concepções que ainda temos vigentes como a concepção classificatória, reprovativa, o predomínio do professor que dá uma aula e não o que organiza uma situação de aprendizagem. Aquele professor que dá uma aula e depois dá uma prova ao final e passa para outro conteúdo.


Portal da Unicamp: ...e não está tão preocupado com o processo de avaliação?
Jussara Hoffmann: Não está na verdade preocupado com o processo de aprendizagem, avaliar é estar preocupado com o processo de aprendizagem e ele está muito mais preocupado com o processo de ensino, com seu planejamento, sua metodologia e não com a estratégia pedagógica que seja adequada ao interesse e a necessidade daquele aluno. Então o professor vai em frente, mesmo que aquele aluno fique para trás. O grande entrave para os avanços em avaliação é a falta de fundamentação teórica dos educadores nesta área. O professor de medicina, por exemplo, também deveria ter essa fundamentação. Nosso grande problema ainda é a falta de fundamentação teórica, de leitura e de formação na área, por mais que a teoria de avaliação formativa date de 50 anos atrás, nós ainda estamos engatinhando.


quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Entrevista com Cipriano Carlos Luckesi

Entrevista com Cipriano Carlos Luckesi

DISPONÍVEL EM https://novaescola.org.br/conteudo/190/cipriano-carlos-luckesi-qualidade-aprendizado


Provas e exames, segundo o educador, são apenas instrumentos de classificação e seleção, que não contribuem para a qualidade do aprendizado nem para o acesso de todos ao sistema de ensino
Salvar
Por: Márcio Ferrari
CIPRIANO LUCKESI   "Proponho que as escolas invistam em uma práticapedagógica construtiva e paralelamentetreinem para o vestibular"

Cipriano Carlos Luckesi é um dos nomes de referência em avaliação da aprendizagem escolar, assunto no qual se especializou ao longo de quatro décadas. Nessa trajetória, que começou pelo conhecimento técnico dos instrumentos de medição de aproveitamento, o educador avançou para o aprofundamento das questões teóricas, chegando à seguinte definição de avaliação escolar: "Um juízo de qualidade sobre dados relevantes para uma tomada de decisão". Portanto, segundo essa concepção, não há avaliação se ela não trouxer um diagnóstico que contribua para melhorar a aprendizagem. Atingido esse ponto, Luckesi passou a estudar as implicações políticas da avaliação, suas relações com o planejamento e a prática de ensino e, finalmente, seus aspectos psicológicos. As conclusões do professor paulista, que vive desde 1970 em Salvador, apontam para a superação de toda uma cultura escolar que ainda relaciona avaliação com exames e reprovação. "Estamos trilhando um novo caminho, que precisa de tempo para ser sedimentado", diz. Luckesi, que é professor aposentado, orientador de pós-graduandos e integrante do Grupo de Pesquisa em Educação e Ludicidade da Universidade Federal da Bahia, concedeu a seguinte entrevista a NOVA ESCOLA.
Como é feita, hoje, a avaliação de aprendizagem escolar? 
A maioria das escolas promove exames, que não são uma prática de avaliação. O ato de examinar é classificatório e seletivo. A avaliação, ao contrário, diagnóstica e inclusiva. Hoje aplicamos instrumentos de qualidade duvidosa: corrigimos provas e contamos os pontos para concluir se o aluno será aprovado ou reprovado. O processo foi concebido para que alguns estudantes sejam incluídos e outros, excluídos. Do ponto de vista político-pedagógico, é uma tradição antidemocrática e autoritária, porque centrada na pessoa do professor e no sistema de ensino, não em quem aprende.

Que métodos devem ser usados? 
A avaliação é constituída de instrumentos de diagnóstico, que levam a uma intervenção visando à melhoria da aprendizagem. Se ela for obtida, o estudante será sempre aprovado, por ter adquirido os conhecimentos e habilidades necessários. A avaliação é inclusiva porque o estudante vai ser ajudado a dar um passo à frente. Essa concepção político-pedagógica é para todos os alunos e por outro lado é um ato dialógico, que implica necessariamente uma negociação entre o professor e o estudante. 
Por que se insiste na aplicação de provas e exames?
Nós, educadores do início do século 21, somos herdeiros do século 17. O modelo atual foi sistematizado na época da emergência da burguesia e da sociedade moderna. Se analisarmos documentos daquele tempo, como o Ratio Studiorum, dos padres da ordem dos jesuítas, ou a Didactica Magna, do educador tcheco Comênio, veremos que o modelo classificatório que praticamos hoje foi concebido ali. Muitos outros educadores propuseram coisas diferentes desde então, mas nenhuma dessas pedagogias conseguiu ter a vigência da pedagogia tradicional, que responde a um modelo seletivo e excludente. Existem também razões psicológicas para a insistência nos velhos métodos de avaliação: o professor é muito examinado durante sua vida de estudante e, ao se tornar profissional, tende a repetir esse comportamento.

Existe alguma justificativa pedagógica para o recurso da reprovação? 
Do ponto de vista pedagógico, de fato, não existe nenhuma razão cabível. A reprovação é um fenômeno que, historicamente, tem a ver com a ideologia de que, se o estudante não aprende, isso se dá exclusivamente por responsabilidade dele. As frases reveladoras são aquelas do gênero "eles não querem mais nada", "não estudam", "não têm interesse" etc. Muitas outras razões, além do próprio aluno, podem conduzir ao fracasso escolar, como as políticas públicas que investem pouco no professor e no ensino, com baixos salários e problemas de infra-estrutura. O recurso da reprovação não existe em sistemas escolares de países que efetivamente investem na qualidade da aprendizagem.

O que revelam os altos índices de reprovação, sobretudo na 1ª série? 
Há aspectos internos e externos à escola. Os externos são a escassez de recursos e as más condições de ensino. Os fatores internos dizem respeito à relação professor-aluno. O professor ensina uma coisa, o estudante entende outra; ensina de uma forma e solicita que seja colocada em prática de outra; ou não usa atividades inseridas no contexto do aluno. Por exemplo: nas séries iniciais, o programa prevê o aprendizado de números múltiplos. Então pergunta-se no teste: "Quais os números menores de 200 múltiplos de 4 e de 6?" A parte que fala em "menores de 200" só está lá para confundir o aluno e complicar a questão. Muitas crianças são reprovadas porque o instrumento de avaliação é malfeito e as conduz ao erro.

Por que tanta repetência na fase de alfabetização? 
Existem estudos estatísticos mostrando que o tempo médio de alfabetização no Brasil é de 22 meses. Em algumas regiões, alfabetiza-se em seis meses; em outras, demora-se três anos. Por isso se estabeleceram os ciclos de aprendizagem. Mas não se investiu na qualidade. Se houvesse esse investimento, um ano de alfabetização seria suficiente. Aqui na cidade de Salvador há um projeto em que são atendidos meninos que não conseguiram aprender a ler e escrever em até seis anos. Com uma abordagem correta, alfabetizaram-se em seis meses. Eu tenho certeza de que qualquer criança com 6 anos e meio ou 7 se alfabetiza em um ano.

Até que ponto o sistema de vestibular determina as avaliações escolares hoje?Vestibular não tem a ver com educação, mas com a incapacidade do poder público de fornecer ensino universitário para quem quer estudar. Agora, todo o ensino, desde o Fundamental, está comprometido com o vestibular. É por isso que é tão comum a adoção de testes que não medem o aprendizado, mas treinam para responder perguntas capciosas. Eu proponho que as escolas invistam em uma prática pedagógica construtiva e paralelamente treinem para o vestibular, com simulados como os feitos pelos cursinhos. Já existem escolas no Brasil que investem na qualidade de ensino e ao mesmo tempo conseguem colocar mais de 90% dos seus estudantes na faculdade, sem necessidade de cursinho.

O que é preciso para planejar a avaliação de um determinado período letivo? O currículo escolar estabelece conteúdos para cada nível. É um parâmetro que tem de ser conhecido. Depois é essencial o planejamento de ensino, que direciona a prática pedagógica. Vamos supor que eu vá ensinar adição. Vou trabalhar o raciocínio aditivo, fórmulas de adição, propriedades, solução de problemas simples e solução de problemas complexos. Esse é o panorama que irá assegurar a prática de avaliação. Se o estudante tem o raciocínio, mas dificuldade de operar, preciso treinar essa fase. Um planejamento didático consciente prevê a elaboração de instrumentos e a correção deles quando ela for necessária para a reorientação do curso do aprendizado.

De que forma a preparação do currículo influi nesse processo? O currículo tem de distinguir e prever o que é essencial. O que for ampliação cultural deve ser abordado apenas se houver tempo. Muitas vezes o que ocorre é uma distorção: tomar o livro didático como roteiro de aulas e considerar essencial o que está ali como ilustração, curiosidade, entretenimento.

O uso de notas e conceitos pode servir a um projeto de avaliação eficaz? 
Notas ou conceitos têm por objetivo registrar os resultados da aprendizagem do aluno por uma determinada escola. Eles expressam o testemunho do educador ou da educadora de que aquele estudante foi acompanhado por ele ou ela na disciplina sob sua responsabilidade. O registro é necessário. Afinal, nossa memória viva não é capaz de reter tantos dados relativos a um estudante, quanto mais de muitos, e por anos a fio. O que ocorreu historicamente é que notas ou conceitos passaram a ser a própria avaliação, o que é uma distorção. Se os registros tiverem por objetivo observar o processo de aprendizagem de cada aluno e sua conseqüente reorientação, eles subsidiam uma avaliação formativa. Mas não se esses registros representarem apenas classificações sucessivas do estudante.

Como avaliar o modo particular como cada um aprende? É possível um atendimento tão individualizado? 
Existe uma fantasia de que, quando se fala de uma avaliação eficiente, estamos nos referindo ao atendimento de três ou quatro estudantes por vez. Mas os instrumentos de coleta de dados ampliam a capacidade de observar do professor. Se eu aplico uma avaliação para 40 alunos, não há mudança do ponto de vista da qualidade. Cada um vai manifestar sua aprendizagem por meio do instrumento escolhido. Avaliação não precisa ser por observação direta, mas por instrumentos como teste, questionário, redação, monografia, participação em uma tarefa, diálogo. Em uma classe numerosa, não posso usar entrevistas de meia hora para cada aluno. Vou produzir questionários de perguntas fechadas e trabalhar mais de perto com quem não tiver um desempenho satisfatório.

Quais são as vantagens e desvantagens dos trabalhos em grupo? Se a intenção do professor é fazer um diagnóstico do desempenho de cada um, o trabalho em grupo não vai ajudar muito, porque só avalia o conjunto. Ele é mais útil como atividade de aprendizagem ou construção de tarefa. Por outro lado, o trabalho em grupo favorece o crescimento do indivíduo entre seus pares.

Avaliação envolve um alto grau de subjetividade. Como evitar ou atenuar isso?
Há dois aspectos a considerar. Um é que o professor precisa estar honestamente comprometido com o que acredita, e isso é uma atitude subjetiva, não tem jeito. Outro aspecto é psicológico e exige autotrabalho para não deixar que questões pessoais interfiram nas profissionais. Evitar a subjetividade, nesse sentido, tem a ver com cuidar de si mesmo e do cumprimento de seus compromissos.

Quer saber mais?
BIBLIOGRAFIA
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR, Cipriano Carlos Luckesi, 180 págs., Ed. Cortez, tel. (11) 3864-0111, 24 reais

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA ESCOLA: REELABORANDO CONCEITOS E RECRIANDO A PRÁTICA, Cipriano Carlos Luckesi, 115 págs., Ed. Malabares (aquisição somente pelo e-mail malabareseventos@terra.com.brou pelo tel. 71-3356-3261), 20 reais

INTERNET
No site www.luckesi.com.br, você encontra artigos e entrevistas de Cipriano Carlos Luckesi

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Mal estar na família: vamos falar sobre isto?! - XII FÓRUM DE PSICANÁLISE UNIJORGE


Mal estar na família: vamos falar sobre isto?!

"O que vai ficar na fotografia são os laços sociais que havia" (Leo Jaime)

O antagonismo entre as exigências da pulsão e os processos civilizatórios (FREUD, 1930) leva ao mal estar na família, manifestando-se em sintomas, laços, tramas, foto-grafias, tradições, poder, segredos, através de encontros e desencontros, idas e vindas no circuito do desejo (re)velado no(s) álbum(s) de família(s).

O XII Fórum de Psicanálise da Unijorge vai falar sobre o percurso dessas relações que transcende o espaço e o tempo.

Você está convidado!

OBJETIVO: Pensar o mal estar na família contemporânea à partir das novas configurações.

PALESTRANTES
Urânia Tourinho Peres
José Euclimar Xavier de Menezes
José Antônio Pereira da Silva
Carla Fernandes
Marcelo Veras
Hélio Castro
Mônica Hage
Marcus do Rio
Helenita Monte de Holanda
Analícea Calmon
Ângela Batista
Sônia Magalhães
Sônia Raquel de Oliveira
Ellen Freitas Ferreira
José Solon Queiroz

INSCRIÇÕES

Valor da inscrição:
R$ 20,00 (alunos e ex-alunos Unijorge)
R$ 30,00 (estudantes outras IES, pós-graduação)
R$ 50,00 (profissionais)

Das inscrições:
Enviar para forumdepsicanalise.unijorge@hotmail.com os seguintes dados:
- Nome completo
- Email
- Se é estudante ou profissional, de qual curso, se é de graduação ou pós-graduação.
- Se for aluno da Unijorge enviar número de matrícula.
- Aluno de outras instituições enviar como anexo o comprovante de matrícula.
- Enviar foto ou cópia do comprovante de pagamento.

Depósito em conta bancária:

- Banco: Caixa Econômico
- Agência: 1019
- Conta poupança: 29737-0
- CPF: 05919301538

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR COM CIPRIANO LUCKESI



Avaliação da aprendizagem escolar: um ato amoroso


segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Educação Infantil para Concursos - Coleção Manuais de Pedagogia


É hora de se preparar para o futuro!
Livro Educação Infantil para Concursos - Coleção Manuais de Pedagogia

Educação Infantil para Concursos - Coleção Manuais de Pedagogia (Volume 1)


COORDENADORA DA COLEÇÃO: 
EDILEIDE MARIA ANTONINO DA SILVA
Nesta obra são abordados temas de Educação Infantil para concursos públicos em Pedagogia.
O livro busca contribuir com a ampliação de literatura na área de Pedagogia  pela centralidade quanto ao aprofundamento de temas que envolvem exercício profissional em um espaço de intervenção pouco discutido. Constitui-se de textos com claro perfil didático, sem perder o rigor teórico sendo útil para estudantes e profissionais.

TEMAS ABORDADO EM PEDAGOGIA PARA CONCURSOS:
Capítulo 01: História da Educação Infantil
Capítulo 02: Educação Infantil
Capítulo 03: Currículo e Práticas Educativas na Educação Infantil
Capítulo 04: Ética e Educação Infantil
Capítulo 05: Práticas Culturais de Leitura na Educação Infantil
Capítulo 06: Práticas Psicomotoras e Alfabetização
Capítulo 07: Questões de Português
Capítulo 08: Questões de Raciocínio Lógico e Matemático
A coleção Manuais de Pedagogia é o melhor e mais completo conjunto de obras voltado para a capacitação e aprovação de Pedagogos em concursos públicos do Brasil. Elaborada a partir de uma metodologia que julgamos ser a mais apropriada ao estudo direcionado para as provas em Pedagogia, contemplamos os volumes da coleção com os seguintes recursos:

1.   Teoria esquematizada de todos os assuntos.
2.   Questões comentadas alternativa por alternativa (incluindo as incorretas).
3.   Quadros, tabelas e esquemas didáticos. 
4.   Destaque para as palavras-chave

Informações técnicas

  • ISBN: 978-85-67806-87-7
  • Páginas:282 páginas
  • Edição: 1ª Edição
  • Ano: 2017
  • Capa: Brochura Simples
  • Formato: 16x23 cm

 

A DANÇA (MATISSE)



http://www.niteroiartes.com.br/cursos/la_e_ca/trecho1.html



A Dança, de Matisse, sempre faz emergir do fundo de minha memória a imagem primeira de escola que se fez em mim. Talvez tenha sido assim a minha primeira escola; talvez dançassem professores e alunos, de forma leve e livre, despidos de mal estar, de sombras, de roupas.  A escola do imaginário de uma criança, emoldurada num quadro em que não cabe mais, hoje se faz desejo e letra e tenta subverter a ordem imposta pela contemporaneidade, se colocando como espaço de predominância de afetos positivos e prazerosos mesmo sob o véu da violência do não ver, não escutar e não agir.

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Obra da escultora Alice Pittaluga)
Foto de LEIDE ANTONINO - JD BOTÂNICO - RJ

Esculpida em pedra, talhada com ferro, formada com mãos, A Dança toma uma nova dimensão, uma vida diferente da que pulsa nas tintas da tela.
Na arte esculpida e exposta no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, vejo a escola "quase" real, por onde desfilam as faltas, as frustrações, os desejos, as construções que se desconstroem e se reconstroem a cada dia. Um desenho que diz que é possível o som de música que embale e toque as paredes de um espaço sem limites como é a escola.

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Viver essa escola formada por gente, por corpos circulantes que rompem as barras do desprazer, mesmo no desconforto de ser e estar num lugar de trânsito e inconsistência é um desafio constituído. Qual é o som que se produz nessa escola? Qual é o ritmo dessa dança? O que investe o professor nesse seu fazer? Qual é o lugar dessa escola na contemporaneidade?
Performance Lama -Stella Maris - Salvador 



Deixo a reflexão: quem sabe, juntos, não possamos refazer esse lugar e propormos uma nova dança?

terça-feira, 25 de julho de 2017

PROGRAMAÇÃO LEPSI 2017



Quinta-Feira
16/11/2017
Auditório EA
09:00 | 12:00
Seminários Pré-colóquio | Seminártio: “Reunião do GT nacional Psicanálise e Educação”
restrito aos membros do GT Psicanálise e Educação
Quinta-Feira
16/11/2017
Auditório EA
14:00 | 16:00
Seminários Pré-colóquio | Seminário 01: O que é autoridade?
Palestrante: Robert Levy
debatedor: Rinaldo Voltolini
clique aqui para se inscrever no Seminário Pré-Colóquio 1: O que é autoridade?
Quinta-Feira
16/11/2017
Auditório EA
16:30 | 18:30
Seminários Pré-colóquio | Seminário 02: Debate entre as pesquisas IRDI/PREAUT a partir da psicanálise
Erika Parlato
Rosa Mariotto,
Ana Paula Ramos
debatedora: Maria Cristina Machado Kupfer

clique aqui para se inscrever no Seminário Pré-Colóquio 2: Debate entre as pesquisas IRDI/PREAUT a partir da psicanálise
Sexta-Feira
17/11/2017
Auditório EA
08:00 | 09:00
Recepção e controle das inscrições
Sexta-Feira
17/11/2017
Auditório EA
09:00 | 10:00
Boas vindas
Daniel Revah
Rinaldo Voltolini
Maria Cristina Kupfer
Leandro de Lajonquière
Mercedes Minnicelli
Ilaria Pirone
Sexta-Feira
17/11/2017
Auditório EA
10:00 | 12:00
Mesa Redonda 01: Escola: consumida ou consumada?
Daniel Revah
Douglas Emiliano Batista
Mercedes Minnicelli
Debatedor: Eric Passone
Sexta-Feira
17/11/2017
salas de aula a definir
13:30 | 16:00
Primeiro tempo das sessões de comunicações livres

Obs.: As sessões de comunicação livre se dividirão em dois tempos: na tarde de sexta-feira teremos as apresentações dos trabalhos (10 minutos para cada expositor) e na manhã de sábado os debates coordenados pelos mediadores.
Deste modo, cada trabalho apresentado terá sua discussão garantida, seja no momento de sua apresentação, seja na inter-relação com os demais trabalhos da mesa.
Haverá equipamento de multimídia para apresentação dos trabalhos.
Sexta-Feira
17/11/2017
Auditório EA
16:30 | 18:30
Mesa Redonda 02: A formação de professores: A psicanálise está a altura de dizer algo sobre a formação de professores?
Rinaldo Voltolini
Philippe Chaussecourte
Perla Zelmanovich
Debatedor: Leny Mrech
Sábado
18/11/2017
salas de aula a definir
08:00 | 09:30
Segundo tempo das sessões de comunicações livres

Obs.: As sessões de comunicação livre se dividirão em dois tempos: na tarde de sexta-feira teremos as apresentações dos trabalhos (10 minutos para cada expositor) e na manhã de sábado os debates coordenados pelos mediadores.
Deste modo, cada trabalho apresentado terá sua discussão garantida, seja no momento de sua apresentação, seja na inter-relação com os demais trabalhos da mesa.
Haverá equipamento de multimídia para apresentação dos trabalhos.
Sábado
18/11/2017
Auditório EA
10:00 | 12:00
Mesa Redonda 03. Tempos da escola, tempos da adolescência: que escolas para os adolescentes?
Roselene Gurski
Marcelo Ricardo Pereira
Ilaria Pirone
Debatedor: Kelly Cristina Brandão
Sábado
18/11/2017
Auditório EA
13:00 | 15:30
Mesa Redonda 04. A escola de psicanálise: Espaço para a verdade da experiência da transmissão?
Robert Levy
Anna Carolina Lobianco
Angela Vorcaro
Debatedor: Leda Bernardino
Sábado
18/11/2017
Auditório EA
16:00 | 18:00
Mesa Redonda 05. Sobre escolas, bebês e crianças: Que crianças deixaremos para o mundo?
Leda Bernardino
Maria Cristina Machado Kupfer
Leandro de Lajonquière
Debatedor: Marise Bastos

domingo, 23 de julho de 2017

12º LEPSI - 2017

XII Colóquio Internacional do LEPSI
VII Congresso da RUEPSY
III Congresso da Red INFEIES

A Escola: consumida ou consumada? * | 16/11/2017 - 18/11/2017 

A Escola: consumida ou consumada?

“O discurso capitalista é algo loucamente astucioso, mas votado ao esgotamento [...]É que ele é insustentável [...] ele anda sobre rodinhas, e não pode andar melhor, mas justamente anda tão rápido que se consome, se consome tão bem que se consuma.”(1972). A frase é de Lacan e foi escrita para representar em uma imagem, segundo ele, a essência do capitalismo.

A inteligência astuta do capitalismo se faria notar em sua capacidade de encorpar-se, entregando-se exclusivamente ao seu fortalecimento e consolidação. Tudo que a ele se opor sofrerá o destino de ser metabolizado e incorporado, atestando o valor maior da metáfora do consumo: comer, devorar, até transformar tudo em parte de si mesmo.

Essa astúcia encontraria apenas um limite: a consumação. No afã de devorar tudo, não poderia evitar o destino de devorar a si mesmo. É o que nos fazem ver, dramaticamente, os discursos ecológicos, muito fortalecidos nos últimos tempos que, se valendo do medo como um recurso pedagógico - o fim da vida humana na Terra - buscam botar algum freio nessa paixão devoradora.

A alusão feita às rodinhas serve tanto para marcar que se trata de velocidade, o que se percebe facilmente quando olhamos o progresso tecnológico, como para marcar que isso gira sobre si mesmo, ou seja, obedece, segundo a lógica freudiana, à morbidez da repetição.

O imperativo do capitalismo comportaria uma fórmula na qual o ciclo fechado da repetição se mostra claramente: Deve-se continuar progredindo sempre para se atingir o quê? O progresso! O fim da causa final, diria o filósofo, em prol da causa eficiente.

Inovar é A regra, ou seja, não mais um processo desencadeado pelo desejo que se opõe à inércia do antigo - contra o stabilishment, como se convencionou dizer - mas, ao contrário, tornou-se uma injunção superegóica - é o próprio stabilishment - que pesa sobre todas as cabeças dizendo que quem não inova está fora.

Podemos nos perguntar, com proveito, sobre como a escola se encontra nesse estado de coisas. A demanda de inovação é patente sobre ela. Contestada por ser conservadora, por vezes ridicularizada em piadas que atestariam seu suposto anacronismo, a escola nunca se viu tão as voltas com reformas, como nestes últimos trinta anos. A relação professor-aluno, os métodos de trabalho, o currículo básico, as regras de avaliação e progressão, a distribuição de seu espaço físico, nada em seu interior parece ter ficado fora de questionamento.

Além disso, ela também tem sido muito avaliada, paixão importante do discurso capitalista, esquadrinhada com números e estatísticas que teriam o poder de diagnosticar seus problemas e melhorar sua performance.

Nenhuma dessas críticas ou avaliações, entretanto, põe em xeque a existência da escola. Ao contrário, uma reflexão como aquela feita por Ivan Ilich, em seu clássico livro: Deschooling Society, - literalmente desescolarizando a sociedade - mal traduzido para o português como Sociedade sem escolas, e que conheceu um forte reconhecimento internacional em sua época, hoje não tem senão um valor anedótico.

Nossa sociedade está cada vez mais escolarizada, seja porque a escola, enquanto instituição chega bem mais cedo na vida do cidadão, seja porque sua formatação invade um público nunca antes imaginado, como escola de pais, da terceira idade, o lazer, por exemplo.

O que Ilich punha, entretanto, em evidência era um paradoxo perigoso no qual está assentada a escola: o ensino tornado obrigatório não minaria a vontade de aprender? Se chegou a formular que poderíamos viver sem escolas é porque imaginou que em seu lugar funcionaria bem um sistema em rede, forjado a partir da ideia de que quem se interessa por aprender algo pode encontrar alguém que quer ensinar esse algo. Curiosa antecipação visionária, como nos mostra Blais, Gauchet e Ottavi,(2016) do que a informática faria em seu tempo. Mas o nascimento dessa rede, agora concretizada com a internet, não desmoronou a escola que, ao contrário, a tem absorvido, mesmo que cambaleante, reforçando seu papel num discurso escolarizante. Daí o curioso paradoxo: A despeito da inundação de críticas que ela recebe, a escola segue incólume, cada vez mais Magnífica.

A démarche freudiana na educação coincide fundamentalmente com a preocupação de Ilich. Em ambos os casos trata-se de pôr em primeiro plano a verdade da experiência; da experiência da aprendizagem, da transmissão do conhecimento, no caso.

Esse ponto fulcral de uma démarche ganharia contornos concretos mais tarde com Lacan nas reflexões sobre a constituição de uma Escola para a psicanálise. Evidentemente que não é o caso de equacionar de modo simplista e equivocado escola de psicanálise, voltada para a formação de analistas e escola pública, voltada para a educação das crianças. Trata-se, contudo, de apontar como a psicanálise recuperou a seu modo questões que tem importância para a reflexão pedagógica acerca do aprender, do transmitir, do ensinar, do formar e acerca do peso do funcionamento institucional neste processo.

Neste colóquio convidamos a refletir temas como transmissão, autoridade, autorização, instituição, conhecimento, aprendizagem, etc., que são comuns à pedagogia como à psicanálise, embora ambas tenham chegado a respostas diferentes. Mas convidamos, também, a refletir mantendo essa pergunta título como pano de fundo: escola consumida ou consumada? – afinal, conviria refletir se nossa escola não se afastou da verdade da experiência fortalecendo-se cada vez mais num princípio que pode terminar por consumi-la, por consumá-la.

Rinaldo Voltolini, Daniel Revah