terça-feira, 30 de novembro de 2010

Ultimo encontro em sala de aula 2010 - RS...







...porque acredito que teremos outros encontros no ano novo, já que selamos o acordo que vai além do desejo: escreveremos e publicaremos uma coletanea em 2011.
E hoje descobri porque a Professora Lourdes, tão sabiamente, opta por encerrar os eventos com um aceno e nao com uma despedida, ou adeus: por que muitos outros encontros acontecem nos caminhos de quem se envolve em pesquisas de temas interligados, tais como a Educação, Psicanálise e a subjetividade da Representação Social.
É seguir e continuar e implicados com o tema.
\Para todos, uma aceno na partida. Outro aceno na chegado do próximo abraço.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

RS





Representação Social.... mas o que é isso? Foi mais ou menos assim que, no início de 2010, me perguntei sobre o tema. No segundo semestre veio a disciplina... e vi a possibilidade de resposta.

A DISCIPLINA

No primeiro encontro nos deparamos com uma turma heterogênea nos seus objetos de estudo, mas todos os sujeitos traziam um intento comum: compreender as RS’s de algum ângulo ou aprofundar-se em estudos já encaminhados. A Mestra, ao se apresentar, fala de seu objeto e discorre sobre afetos, introduzindo assim o tema das aulas e seus principais teóricos. Foi proporcionada, nesta aula, a vivência da Dança do Toré e creio que ali começou a se consolidar a representação social deste grupo sobre a disciplina RS’s.

Apresentamo-nos... De certa forma, pareceu haver ali dois grupos: os que sentaram na posição de frente para a tela de projeção (antigamente deveria estar ali em quadro negro), todos alunos novos da Mestra, e o grupo sentado na lateral. Em comum os sujeitos do segundo grupo tinham o fato de serem todas mulheres e de terem feito a disciplina do primeiro semestre: Psicanálise e Educação.

Cada um, pelo silêncio ou pelas falas, mostrou um pouco de si no decorrer dos encontros, construindo uma marca que ficará aqui registrada. Eles, minoria, mas de grande força na fala : Marcelo e Romilson. Elas - ou nós - : Cris (a grávida da Educação Hospitalar); Ana Pita, psicóloga que neste semestre tornou-se docente no Ensino Superior; Sueli, filosofando a Psicanálise, e mais Edna e Meire. Miriã, Ademildes, Graça, Vânia, Ludmilla, Leide e Eliana, ainda embevecidas pelo encontro com a Psicanálise e seu enlace com a Educação, sem dúvida tentaram travar também uma relação mais íntima com as RS's, especialmente no campo da Psicanálise.

No segundo encontro em sala de aula se fez o enquadre da disciplina e pudemos discutir nossos conceitos, construídos até então, sobre RS; a culminância deste trabalho se deu com a dinâmica das máscaras construídas por cada um, numa folha de papel branca, com as quais percorremos salas e espaços do PPGEduc, sob olhares curiosos. O terceiro encontro pautou-se na discussão sobre o olhar por trás das máscaras e as limitações impostas por isso. Nos demais, discutimos textos, buscamos novas leituras de representação social na música de Chico Buarque, O que será. Vimos, no decorrer desta disciplina, os filmes Carregadoras de sonhos e Ma Vie em Rose, textos carregados de conceitos pré-definidos e que suscitaram enriquecedoras discussões, além da palestra com a Professora Erika, de Recife, na qual ela apresentou seu trabalho sobr e o Perfil e a Formação Docente à Luz das RS's.

Assim estamos (in) concluindo esta disciplina, ou simplesmente dando espaço para um novo (re)começar e (re)construir de conceitos a partir do que foi agregado ao conhecimento que já se tinha até aqui.

A proposta de construção de um texto que poderá ser publicado no formato de livro cria e fortalece laços entre os membros deste grupo, que estimo possa deixar de ser simplesmente grupo e tornar-se uma equipe, pessoas que caminham olhando umas para as outras.

Mas... Representação Social, o que de fato é?

(...)

Assim como não se cessará em nós o estudo sobre este enlace da Educação com a Psicanálise, esperemos que a busca pela construção deste conceito se aprofunde e possamos, em outros encontros, engendrar falas e olhares na expressão de novas conceituações de RS.





sábado, 27 de novembro de 2010

Thais, desvelando-se...


Eis a outra nova mestranda... feita de pura subjetividade, objetiva nas intenções, ações e, de fato, mobilisadora. Intensa?? Por demais. Intensa na expressao, na fala marcada pela sua passagem pela dramaturgia, intensa no sentir e produzir, no se dar e no pedir, porque tem olhos que pedem profundamente... nao sei o quê.
Mas, como não ser intensa, tal como ela se diz, sendo tão baiana? Como não pedir à natureza, a todos os santos, e anjos, desde Caetano até o saudoso Tom? Como não ter olhos que pedem sonhos e concretudes, se sua alma voa e doa descontrolada pelos cantos e recantos de encanto de seu corpo de geografia tão baiana? Então, aqui proponho que se viva Thais na construção das idéias que nos banharem neste ano que se finda... e no que se inicia. E que as duas, Thais e Ludy, desfilem a beleza e a magia de mulher menina baiana mestranda na alma da UNEB.

Agora... é BRINCAR DE VIVER (E Viver).

Quem me chamou
Quem vai querer voltar pro ninho
E redescobrir seu lugar
Pra retornar

E enfrentar o dia-a-dia
Reaprender a sonhar
Você verá que é mesmo assim, que a história não tem fim
Continua sempre que você responde sim à sua imaginação
A arte de sorrir cada vez que o mundo diz não

Você verá que a emoção começa agora
Agora é brincar de viver
E não esquecer, ninguém é o centro do universo
Que assim é maior o prazer

Você verá que é mesmo assim, que a história não tem fim
Continua sempre que você responde sim à sua imaginação
A arte de sorrir cada vez que o mundo diz não

E eu desejo amar todos que eu cruzar pelo meu caminho
Como eu sou feliz, eu quero ver feliz
Quem andar comigo, vem

Você verá que é mesmo assim, que a história não tem fim
Continua sempre que você responde sim à sua imaginação
A arte de sorrir cada vez que o mundo diz não.

(GUILHERME ARANTES)

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Chegando ao LEPSI


Malas prontas, ouvidos atentos, desejos brincantes... o destino é o LEPSI e as discussões sobre a Psicanálise e suas interfaces com a Educação e a Infância. Chegar aqui é como vir de um voo solitário e chegar onde realmente se espera chegar. Ainda no aeroporto de São Paulo, o encontro amigo: Leide, Ludy, Tai, Thiana e a Mestra. Quase uma hora da mattina, táxi com superlotação numa São Paulo fria e seca, plena no seu horário de verão; número certo de pessoas para superlotar o carro e alguém tem que vir no colo, o que faz esquentar o clima dentro e fora da gente: risos, falas cruzadas, ansiedade por chegar ao hotel e a USP no dia seguinte.

Deliiiiiiiiiiiicia um hotel quentinho e abraçante: hora de dormir!!! Mas ficamos até as quatro da manhã conversando e rindo, planejando o futuro próximo e o não tão próximo, partilhando medos, projetos e desejos que logo deixarão de ser sonhos, porque é sempre assim: sonha-se, projeta-se e realiza-se, e reinicia-se o ciclo: sonha-se...
Hora de dormir, porque logo será hora de acordar!!!

...E acordamos às sete!!! Café correndo, encontramos a Mestra e seguimos para USP (friozinho na barriga!!). Uma maratona: será na FEUSP ou na IPUSP? Quase uma hora num vai e vem de pedidos de informação e informações erradas, e descobrimos onde seria. E agora? Dois quilômetros? Pára um táxi!! Pois é, no taxi, dentro da cidade universitária, o motorista é... japonês. Mal nos entende, mal o entendemos e ele não sabe o caminho! Depois de algumas voltas circulares de fato, duas paradas para perguntar o caminho, chegamos!! Ufa!! USP. Ma-ra-vi-lha!!

Colóquio iniciado, nos deparamos com os autores dos livros que temos lidos: Kupfer, de Lajonquière e Marcelo Ricardo. Ornellas coordenou a mesa em que Kupfer falou do levantamento que fez sobre a expansão dos trabalhos produzidos sobre a relação entre a Psicanálise e Educação nos últimos vinte anos, “O campo das articulações entre a psicanálise e a educação no Brasil: estado da arte”. Voltolini trouxe um apanhado histórico da Psicanálise e seus diálogos com a educação, deixando, assim como de Lajonquière, a possibilidade de se falar, com legitimidade, desse binômio: Psicanálise e Educação.

Ouvimos as falas, fotografamos os momentos em nossas mentes e demos vazão ao eu consumista que nos acompanhou nesta viagem e enchemos a pasta do congresso com livros. Compramos preciosidades e justificamos cada uma delas: esse aqui tem a ver com minha prática; este servirá para o meu tema de trabalho; este é para partilhar com as colegas; este com os alunos da pós... compramos tudo que moveu nosso desejo.

Hora de almoço: delicia de x-tudo na cantina, no lugar do tradicional almoço.

Até às mesas da tarde, tempo para umas fotos, provas de que estivemos aqui. A tarde começou empolgada e empolgante, mas durou pouco. As falas se distanciaram, empurradas pelo sono, e tudo foi se acinzentando. - Absorver este novo que se desvela na fala de estudiosos ou voltar para o hotel e dormir? A segunda opção foi eleita, mas com o nobre objetivo de repor forças e energias para o planejado bolodório. Mas o sono venceu o desejo e o corpo teve o merecido repouso de quatorze horas consecutivas a dormir! Delicia esse dormir, nem toque de celular o abalou. As 7:15m eu e minha companheira de aventuras Uspianas somos despertadas pelo taxista que contratamos na noite anterior: atrasadas!!!

O segundo dia do congresso começou assim atropelado pela hora perdida; a mestra também foi vencida por Morpheu e isso mobilizou todo o grupo à sua procura; enfim, achada. As primeiras mesas de trabalho foram recheadas pelos meninos e meninas da UNEB. Em uma sala Thiana coordenou a mesa em que ela e Daniela Chaves nos brindaram com a fala sobre sobre a interface das contradições da herança e do desejo no fenômeno do fracasso escolar de crianças, e Eliana com sua avaliação sobre a relevância do desejo da criança para a construção do ler e escrever. Nesta mesma mesa a pedagoga Marlene, da UFMG, nos apresentou os caminhos percorridos para a construção de sua dissertação, já concluída, sobre a relação da escrita do nome do sujeito e sua subjetividade, à luz da psicanálise. Tivemos então uma pausa, mais fotos e o retorno à mesa, numa audição sobre a história de Pinóquio e sua relação com a ética na infância, uma fala da professora Liliana Naveira, da Universidade Nacional de Mar Del Plata, Argentina. Nesta mesma mesa desenrolaram-se as falas de Mariana Inês Garbarino, aluna da professora Kupfer, sobre as teorias sexuais infantis e sua relação com a aquisição do saber pela criança, à luz de Freud e Lacan. Mônica Rahme falou de seu estudo, feito em parceria com Leny Mrech, sobre os impactos do discurso capitalista contemporâneo sobre a educação, onde se percebe que esse consumismo leva ao gozo e produz sujeitos insaciáveis; seu dizer, muito rico, trouxe questões sobre a escola contemporânea e os discursos que por lá circulam.

Ao meio dia foi servido um lunch de confraternização. O encanto do encontro não ameniza meu desejo de estar em casa. Saudade. (...)Falar em saudade talvez faça pensar que aqui não está bom... ta sim. Está frio, é certo, mas tem muito calor humano, especialmente de minha amiga, colega de estudo e companheira de quarto Ludy. Menina fantástica, de escuta atenta e respostas críticas só dadas a quem pode ser chamado de amigo.

Isael, Poliana, Cláudia Opa, Daniela e Fernanda se juntaram ao grupo. As fotos registram momentos nossos.

Ao meio dia o anunciado lunch de confraternização foi servido, composto por delícias e guloseimas, inclusive picolé de chocolate, ao qual não resisti, mesmo sob os protestos das colegas: ta friooooooooooo!! Uns 15° nem é tão frio assim.

Às 14 horas se iniciaram as mesas da tarde com a fala da professora Perla, em espanhol. Bom tarde, assim ela começou, e anunciou depois que só falaria aquilo em português. Seu falar cantado, nesse idioma repleto de charme me fez viajar: preciso aprender espanhol logo que voltar a Salvador. O conteúdo da fala escapou e iniciei esta parte do escrito ali mesmo durante sua fala (Não, nas outras mesas eu não escrevia, esta foi a primeira vez, mas já estou parando; preciso absorver o que aqui me é oferecido).

Hora do café, café santo que me acorda do torpor do frio de São Paulo neste dia. Conversas entre nós do grupo UNEB passam, é claro, pelo tema seleção do mestrado. Ansiedade, torcida calorosa dos amigos novos e o reconhecimento de que todos são competentes para entrar. Melhor não falar no assunto... Ah, ontem escrevi meu nome errado; grafei errado. Será que nesta espera estou me perdendo de mim? Há que se pensar.

Nesta tarde falou nosso prefaciador Marcelo Ricardo Pereira. Ah, deixe-me contar algo que escapou, algo do primeiro dia. Eu e Ludy, claro, o encontramos neste primeiro dia do LEPSI e –atenção – Ludy disse: - Amiga, você que é mais cara-de-pau que eu (!!!), vá lá e fale com ele, peça autógrafo. Fazer o que? Vesti mesmo a roupa de “cara-de-pau” e fui lá; pura simpatia, ele nos abraçou e nos chamou de meninas da Bahia, autografou nossos livros comprados em Salvador e garantiu que está lendo nossos resumos. Bom, voltando ao nosso segundo dia de congresso, o prefaciador derramou sobre nós sua fala sobre as crianças de hoje, adultecidas, mas sempre crianças. Tantos são os estudos hoje sobre a infância, à luz da psicanálise, que pode-se afirmar que elas são mais sabidas; mas este saber sobre as crianças tem tido a força de mantê-las naquilo que se chama infância? Algumas interrogações ficaram para nossa reflexão. A fala deste professor encerrou a interlocução com a platéia vinda de vários cantos do mundo que, neste momento, pensa em embalar suas aquisições, seus pertences e logo voltar para casa.

E sabe o que descobri? Que táxi lotado é um ótimo lugar para rir e planejar os próximos congressos, mesmo quando todos falam ao mesmo tempo. Claro que antes do hotel demos uma passada em um shopping: o souvenir é importante! Dizer em casa o “lembrei de você” é fundamental. Entre sanduíches e spaghetti, ligamos para casa para dar noticias aos pais, filhos, aos Ricardos (descobri que quase todo mundo tem um). Falamos de saudade, de gatos, crianças, cachorros, do quanto é gostoso ficar em casa e da maravilha que é sair de casa também. De volta ao hotel, nosso bolodório particular até a mattina. E quando Ludmilla dormiu, olhei e vi a figura de uma menina estudante cansada, mas ávida por vida e por novos saberes, recobrando a energia não somente para o próximo dia em São Paulo na casa dos tios, mas para os estudos que a esperam nessa nova etapa de sua vida.

Registramos este congresso como o início de uma saga acadêmica a qual nos propomos, e retornamos a Salvador com planos para o GEPE, para as reuniões da disciplina e para os encontros de estudos sobre o inconsciente. Terça temos aula de RS, quase acabando. Thais, Eliana, Thiana, Daniela, Isael, Mestra, Poliana, Claudia: Muito bom estar com vocês.

Desejos livres, desencapsulados, brincantes e implicados em ser e saber, aterrissados em Salvador. Fica aqui uma marca, e que venha a vida que continua depois dela.