quinta-feira, 17 de maio de 2012

AINDA QUE LHE TOQUE A LOUCURA – CUIDAR SIM, EXCLUIR NÃO

 

No dia 19 de maio, sábado, um evento multicultural com o tema “CUIDAR SIM, EXCLUIR NÃO”, será realizado para marcar um dos movimentos sociais legítimos do país – A LUTA ANTIMANICOMIAL. Um palco para teatro e música, barracas de artesanato e instrumentos da arte circense serão montados na área verde do Farol da Barra, a partir das 09hs, em substituição à “Parada do Orgulho Louco”, que acontecia nas mesmas imediações da avenida Oceânica.
Desde o “Manifesto de Bauru”, em 1987, os trabalhadores da saúde mental defendem o cuidado integral em liberdade, para a pessoa em sofrimento mental, diferente da cultura dos manicômios que concebe a internação, aliada à contenção física e química, como alternativas únicas para o tratamento. Uma das suas palavras de ordem diz: – “Manicômio Não Cura, Manicômio Tortura”.
“A LOUCURA NA CULTURA” é uma manifestação dos usuários(as), familiares e trabalhadores(as) do sistema de saúde mental do estado da Bahia, que, organizados(as) como um movimento social coletivo, denunciam os abusos e descasos sofridos; reivindicam seus direitos; buscam avanços nas políticas públicas; e comemoram os êxitos da “Reforma Psiquiátrica Antimanicomial ”.
ATRAÇÕES CULTURAIS
Diversas atrações serão apresentadas, como a banda de pop-rock “Sombra Sonora” e o grupo de samba “Barlavento”; o “Flores da Massa” (criado no CENA – Centro Docente de Narandiba); grupos de circo (palhaços e malabaristas); Os Insênicos – “troupe teatral de usuários dos CAPS – Centro de atenção Pscissocial – e poetas em suas performances; grupos de capoeira e rodas de samba; além duma feira de artesanato que deverá ser montada no gramado do Farol da Barra, com os objetos produzidos nas oficinas dos CAPS. A Pessoa que sofre de algum transtorno mental mostra sua cara e pede passagem, porque, como diz o poeta: – “De perto, ninguém é normal”.
A ATENÇÃO DO CUIDADO
“É imprescindível que haja atividades culturais para a pessoa que apresenta um sofrimento psíquico e, ainda que mereça a atenção permanente de um cuidado especializado, é mais um cidadão, mesmo que tenha problemas com o vício do crack”, ressalta Sérgio Pinho, membro do Núcleo de Estudos pela Superação dos Manicômios (NESM) – uma das instituições responsáveis pela organização dessa atividade – assim como o Conselho Regional de Psicologia (CRP03), e estudantes do Grupo de Trabalho Eduardo Araújo (GTEA) e do Coletivo da Luta Antimanicomial Estamira (CLAE), além da Associação Metamorfose Ambulante de usuários e familiares do sistema de saúde mental do estado da Bahia (AMEA).
Seguindo essa idéia, “A LOUCURA NA CULTURA mostra para toda população, o brilho das pessoas que seguem as práticas da Reforma Psiquiátrica Antimanicomial e tem, de algum modo, conseguido sua inclusão social.“Eles vem às ruas, porque se cuidam e superam suas dificuldades, exibindo seu jeito diferente de ser. Enfrentam os preconceitos que ainda encarcera o louco e exclui o viciado, em meios de convivência saudável, sem a menor necessidade de hospícios ou comunidades terapêuticas,” conclui.



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