segunda-feira, 18 de setembro de 2017

A DANÇA (MATISSE)



http://www.niteroiartes.com.br/cursos/la_e_ca/trecho1.html



A Dança, de Matisse, sempre faz emergir do fundo de minha memória a imagem primeira de escola que se fez em mim. Talvez tenha sido assim a minha primeira escola; talvez dançassem professores e alunos, de forma leve e livre, despidos de mal estar, de sombras, de roupas.  A escola do imaginário de uma criança, emoldurada num quadro em que não cabe mais, hoje se faz desejo e letra e tenta subverter a ordem imposta pela contemporaneidade, se colocando como espaço de predominância de afetos positivos e prazerosos mesmo sob o véu da violência do não ver, não escutar e não agir.

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Obra da escultora Alice Pittaluga)
Foto de LEIDE ANTONINO - JD BOTÂNICO - RJ

Esculpida em pedra, talhada com ferro, formada com mãos, A Dança toma uma nova dimensão, uma vida diferente da que pulsa nas tintas da tela.
Na arte esculpida e exposta no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, vejo a escola "quase" real, por onde desfilam as faltas, as frustrações, os desejos, as construções que se desconstroem e se reconstroem a cada dia. Um desenho que diz que é possível o som de música que embale e toque as paredes de um espaço sem limites como é a escola.

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Viver essa escola formada por gente, por corpos circulantes que rompem as barras do desprazer, mesmo no desconforto de ser e estar num lugar de trânsito e inconsistência é um desafio constituído. Qual é o som que se produz nessa escola? Qual é o ritmo dessa dança? O que investe o professor nesse seu fazer? Qual é o lugar dessa escola na contemporaneidade?
Performance Lama -Stella Maris - Salvador 



Deixo a reflexão: quem sabe, juntos, não possamos refazer esse lugar e propormos uma nova dança?

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