René Magritte - Le masque du génie |
Que "osadia" é essa?
representações sociais dos discursos de professoras/es
sobre sexualidade na ambiência escolar
Esse é o título da inusitada pesquisa de Graciela Pellegrino.Graciela é pedagogoga e está na preparação de sua apresentação para a banca que confirmará seu título de mestre em Crítica Cultural pela UNEB, em Alagoinhas. É pesquisadora do Gepe-rs e uma das organizadoras, junto com Daiane Puridade, das Mostras de Filmes do Gepe. Realiza pesquisa no Nugsex - Diadorim - Núcleo de Gênero e Sexualidade (UNEB).
Nas palavras da própria Graciela, apresentamos o resumo de sua pesquisa.
A pesquisa, em questão, objetiva apreender e identificar as representações sociais nos discursos de professoras(es) sobre sexualidade, na ambiência escolar, e como essas representações facilitam ou dificultam a interação com seus alunos. Busca identificar quais as dificuldades que servem de impedimento para que temas relacionados à sexualidade de crianças e jovens sejam discutidos na escola, esse locus privilegiado. Faz uma abordagem da história da sexualidade (Foucault), cultura sexual (Parker) das questões de gênero (Butler), a escola e sexualidade (Louro) e o currículo (Silva), possibilitando aprofundar essas questões emergentes da pesquisa, servindo como referencial importante para o tratamento dos dados obtidos através dos instrumentos de coleta de dados utilizados. Usa-se metodologia qualitativa por permitir a análise de microprocessos estudando ações individuais e grupais, com exame exaustivo dos dados e tendo como característica a heterodoxia quando das análises necessárias. São usados como instrumentos de coleta de dados a observação, entrevistas semiestruturadas e desenhos.
A pesquisa ocorreu em três escolas públicas do município de Salvador, sendo duas estaduais e uma municipal, de Ensino Fundamental II e médio, com a participação de dez professoras(es), com suas entrevistas analisadas com base nos construtos teóricos das Representações Sociais (Moscovici) e da Análise do Discurso (Orlandi).
Os resultados mostram a prevalência da palavra “osadia”, importante categoria de análise, caracterizada como a transgressão, a desobediência à lei, o que não pode ser dito nem deve ser feito. Esta palavra recorrente engloba desde uma simples pergunta a uma atitude mais descontraída desses alunos. A conclusão é que esses/as professoras/es tiveram iniciação sexual com base em ensaios e erros, que suas curiosidades foram alimentadas por adultos, que não seus pais, que a religião exerce o controle e justifica a necessidade de equidade.
Graci, parabéns pela Pesquisa. Vamos ficar aqui esperando que seja logo publicado, no formato de livro, para o acesso de todos os interessados!
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