domingo, 13 de outubro de 2013

NEUROIMAGEM EM NEUROPSICOLOGIA


A sofisticação dos métodos de neuroimagem nas últimas décadas possibilitou o avanço dos conhecimentos sobre as estruturas e as lesões cerebrais in vivosua relação com as síndromes neuropsicológicas e o seguimento prospectivo-evolutivo dos distúrbios cognitivos. 

Essa correlação clínico-anátomo-funcional outrora somente podia ser obtida através de estudos de necrópsias ou de achados neurocirúrgicos, métodos pouco satisfatórios para o entendimento da complexidade dos sistemas neuropsicológicos.

A introdução da Tomografia Computadorizada (TC) na década de 70 permitiu a identificação e diferenciação de várias entidades clínicas que cursam com distúrbios cognitivos como Hidrocefalia de Pressão Normal, Tumores, Hematoma Subdural e infartos.

A utilização da Ressonância Magnética (RM) a partir do final da década de 80 ampliou as possibilidades de obtenção de imagens através da análise estrutural multiplanar do encéfalo, da formação de imagens tridimensionais, e de métodos de volumétrica.

Como perspectivas, outras técnicas de imagem em Ressonância Magnética começam a ser empregadas na avaliação clínica, diagnóstica e prospectiva dos pacientes com distúrbios neuropsicológicos. A Espectroscopia por RM permite a detecção da atividade metabólica cerebral através do espectro de atividade de substâncias como N-acetil-aspartato (NAA), considerado um marcador da atividade neuronal normal. A Ressonância Magnética Funcional (RMF) permite o mapeamento do fluxo sangüíneo cerebral regional durante o repouso e durante ativação, com alta resolução de imagens que esse método proporciona. A Ativação é determinada por estimulação sensorial, por movimentação dos membros e por atividades cognitivas, semelhante aos procedimentos adotados nos estudos eletrofisiológicos. A visualização da perfusão cerebral é obtida por injeção endovenosa do meio de contraste paramagnético e correlacionada à aquisição de imagens tridimensionais pesadas em T1. É um método promissor para o estudo das disfunções neuropsicológicas, ainda possível de aprimoramentos técnicos para sua maior difusão na utilização clínica.

Das outras modalidades de estudo de imagem permitem a avaliação funcional cerebral; Tomografia por Emissão de Fóton Único (SPECT. Sigla inglesa de Single Photon Emission Computed Tomographye Tomografia por Emissão de Pósitrons (PETSigla inglesa de Positron Emission Tomography).



As imagens de SPECT permitem a quantificação indireta do metabolismo cerebral através da mensuração do fluxo sangüíneo regional. Os marcadores utilizados derivam do Tecnécio (Tc-99m HMPAO) e Iodo, e sua grande tolerabilidade e baixa radiatividade possibilitam a realização de estudos seriados, importantes na monitorização evolutiva da doença.
PET detecta a utilização metabólica cerebral regional da glicose e do oxigênio através da captação da atividade de radiofármacos de meia vida muito curta como Carbono, Nitrogênio, flúor e Oxigênio. Sua aplicação prática, no entanto, é ainda restrita por seu alto custo operacional.

Os aspectos das diferentes modalidades de imagem devem sempre se associar aos dados fornecidos pela avaliação clínica, neuropsicológica e laboratorial, realçando a sensibilidade e especificidade na detecção das alterações dos processos mentais superiores.



A Tomografia Computadorizada (TC) e a Ressonância Magnética (RM) são as técnicas de neuroimagem discutidas neste capítulo. Os métodos de estudo funcional como SPECT e PET são descritos pormenorizadamente em capítulo próprio.


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