terça-feira, 23 de julho de 2013

RITALINA

Soa como uma horrível estória de um filme de terror: um psiquiatra norte-americano,  internacionalmente famoso, testa em seus pacientes, nos anos 60, diferentes remédios  psicotrópicos com a intenção de acalmar as crianças. Quando encontra a pílula adequada  com a qual consegue acalmá-las, ele levanta em nome da Organização Mundial da Saúde  a agitação das crianças como uma nova doença. Uma nova fonte de renda da rede mundial  da indústria médica e farmacêutica. Milhões de jovens em todo o mundo tomam a ritalina  há décadas, porque eles teriam a suposta TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com  Hiperatividade).


Como a indústria farmacêutica destrói premeditadamente nossas crianças

A doença chama-se TDAH. O gigante farmacêutico e outros faturaram bilhões nas últimas  décadas com o uso da ritalina. O citado neurologista norte-americano leva o nome de Leon  Eisenberg. Todavia a verdade sempre vem à tona, mesmo se às vezes demore um pouco mais. Pouco antes de sua morte em 2009, o médico de 89 anos revelou o embuste: nunca ele havia imaginado que sua descoberta tornar-se-ia tão popular, declarou ele em um artigo.“TDAH é um exemplo marcante para uma doença fabricada!”

Uma doença fabricada. Isso também foi comprovado por uma recente notícia da semana  passada: Diante do dramático aumento dos casos de diagnóstico de TDAH (um aumento de  cerca de 400 vezes entre 1989 e 2001), os pesquisadores são agora unânimes: TDAH é estampada – precipitadamente – como espada de Dâmocles para a vivacidade das crianças. Os meninos caem com mais frequência na armadilha. Tudo deve estar em ordem para o cartel farmacêutico. Entrementes, esta “doença fabricada” manifestou-se mundialmente como transtorno psíquico. Uma injustiça, como cada vez mais vem à luz do dia: aquilo, que é conhecido como TDAH ou TODA (síndrome de déficit de atenção) e supostamente condicionada à herança genética, baseia-se, de fato, frequentemente em diversos motivos e tem pouco a ver com um verdadeiro quadro de doença psíquica, como me explicou há alguns anos o antigo chefe da psiquiatria para crianças e jovens da Uniklinik Eppendorf, o falecido Prof. Dr. Peter Riedesser: frequentemente problemas familiares têm um papel importante, que devem ser investigados, além disso, a maioria dos atingidos são garotos, o que também está relacionado com o fato destes não raramente terem um temperamento mais desenfreado do que as garotas. Mas em relação às meninas, a maioria das afirmações tendem para o códex comportamental, assim como para as instituições de acolhimento dos jovens, como também nas escolas. Basta os garotos brincarem como selvagens para que eles mereçam rapidamente a atenção. Na realidade, a TDAH é um problema dos incompreendidos jovens da atualidade. Um exemplo:
Quando eu vi há alguns anos a mãe de um garoto vizinho chorando, eu perguntei a ela o que estava acontecendo. Ela respondeu que a instrutora do jardim da infância havia lhe participado que seu filho tinha a TDAH, a assim chamada Síndrome de Zappelphilipp, e que a criança teria que tomar o forte remédio Ritalina. Afinal, o garoto era hiperativo. Eu fiquei pasma, pois, a meu ver, isso era inimaginável, o menino não tinha um comportamento alterado, nem era hiperativo, mas sim deixava uma impressão saudável de grande vivacidade. Como a instrutora do jardim de infância sabia exatamente qual era o problema, eu perguntei à mulher, pois ela não era nem psicóloga nem médica. A minha vizinha respondeu que a instrutora havia participado em um curso noturno exatamente sobre este tema.
Felizmente consegui telefonar imediatamente para o Prof. Riedesser e reportei-lhe o caso. O médico chamou o garoto e o examinou minuciosamente. Diagnose: a criança era completamente normal. O que eu não sabia até então: a indústria farmacêutica formava há muito tempo educadores e professores de jardim de infância e escolas, a fim de que eles tivessem uma “visão exata” sobre crianças com grande vivacidade, e cujos pais seriam informados sobre o perigoso diagnóstico e fossem informados a respeito do adequado medicamento.
E aqui devemos saber: a ritalina não é um comprimido qualquer, mas sim algo “barra pesada”: ela contém metilfenidato e atua nos neurotransmissores cerebrais, exatamente onde a concentração e os movimentos são controlados. E o que ainda é fatal: o efeito do metilfenidato nas pessoas está longe de ser completamente pesquisado. Nada se sabe sobre suas consequências nas próximas gerações; perigosas doenças como Parkinson devem estar relacionadas, por exemplo, com o uso da ritalina. Os efeitos colaterais do pequeno comprimido branco vão desde a falta de apetite e insônia, desde estados de medo, tensão e pânico até crescimento reduzido. Além disso: ritalina é um psicofármaco e faz parte do grupo dos anestésicos, assim como a cocaína e a morfina. Todavia, como já dito, é receitado a crianças pequenas, frequentemente por vários anos. Porém, a “doença” não é curada através da ritalina: assim que a aplicação do medicamento é suspensa, os sintomas reaparecem imediatamente.
A ritalina é uma pílula contra uma doença inventada, contra uma doença, ser um jovem “difícil”, lê-se no Deutscher Apotheker Zeitung (publicação dirigida às farmácias – NT). E o inventor da TDAH, o várias vezes condecorado neurologista norte-americano Eisenberg, declarou consternado no fim da vida: “A pré-disposição genética para TDAH é completamente superestimada”. Ao contrário disso, os psiquiatras infantis deveriam pesquisar com muito mais carinho os motivos psicossociais, que podem levar a desvios de comportamento, declarou Eisenberg ao jornalista científico e autor de livros, Jörg Blech, conhecido pela sua ampla crítica à indústria farmacêutica e seu livro Die Krankheitserfinder (Os inventores de doença – NT). Reconhecimento tardio, muito tarde, mais do que tarde!
Arrependido, Eisenberg afirmou antes de morrer onde poderiam ser encontradas as causas, e elas deveriam ser examinadas com maior afinco ao invés de se lançar mão logo de imediato do remédio: há disputas entre os pais, mãe e pai moram juntos, existem problemas na família? Estas perguntas são importantes, mas elas tomam muito tempo, citando Eisenberg, o qual, suspirando, acrescentaria: “Um remédio é indicado rapidamente.”
“Nossos sistemas estão se tornando desagradáveis aos jovens”, afirma também o professor para pesquisa de abastecimento farmacêutico da Universidade de Bremen, Gerd Glaeske. Jovens querem viver com mais riscos e experimentar. Mas lhes falta o necessário espaço livre. Jovens tentam ultrapassar os limites, isso chama a atenção em nosso sistema. “Quando alguém diz que os jovens atrapalham, também devemos conversar sobre aqueles que se sentem incomodados”, declarou o professor.
O FAZ escreveu a 12 de fevereiro de 2012 que o diagnóstico TDAH aumentará diante da declaração do fracasso escolar e, mundo afora, apenas a Novartis faturará 464 milhões de dólares com o comprimido, que torna o jovem “liso, sociável e quieto”. Há 20 anos, 34 quilos de metilfenidato foram prescritos pelos médicos – hoje são 1,8 toneladas. Em todo o mundo, cerca de dez milhões de crianças devem receber a prescrição para tomar ritalina, na Alemanha devem ser cerca de 700.000.
A comissão ética da Suíça na área de medicina humana, NEK, desferiu uma nota bastante crítica em novembro de 2011 diante o uso do medicamento ritalina usado contra TDAH: o comportamento da criança é influenciado através da química, sem que seja necessário qualquer esforço próprio.
Isso é uma agressão à liberdade e personalidade da criança, pois compostos químicos causam certas mudanças comportamentais, mas que as crianças não aprendem sob a ação de drogas químicas, como poderiam mudar de hábito por si próprias. Com isso lhes é subtraída uma importante experiência de aprendizado para atuação com responsabilidade própria e respeito alheio, “a liberdade da criança é sensivelmente reduzida e limita-se o desenvolvimento de sua personalidade”, critica o NEK. Sobre as consequências para a saúde através da ingestão de psicofármacos, nada é declarado.
Peter Riedesser alerta: “Hiperatividade não é necessariamente um sinal de perturbação profunda, como uma depressão, que deve ser tratada com outra coisa diferente de ritalina”.


Nenhum comentário:

Postar um comentário